Ainda sobre atentados
Estes dias estavam dois amigos meus a passear por Serralves. Queriam respirar um pouco de ar puro, fugir a este inferno poluído que é o Porto. Entre um par de abraços, carícias, e algumas intimidades mais que apenas interessam ao mais comum dos voyeurs, observam duas mochilas perdidas no chão. Estupefactos, olham à sua volta na esperança de ver algum ente desesperado em busca de algo. Tal não sucedeu.
O que mais me espantou, e de certo modo me assustou nesta história, foi o pensamento imediato que atingiu a mente deles. A imaginação levou-os para campos já há bastante tempo desconhecidos em Portugal - bombas.
O estado mental dos cidadãos europeus modificou-se nas últimas semanas. Estados de alerta máximos, polícias com ordem para matar, pessoas desconfiadas apenas por verem algo abandonado. Mas será assim tão plausível haver um atentado em Portugal?
Portugal é um país periférico, sem grande importância a nível económico, político ou até mesmo cultural (serão muitos aqueles que discordarão deste último ponto de vista. Mas desafio-os a provarem-me o contrário, sem apresentarem os já gastos exemplos de Saramago ou Mariza. Com isto não afirmo que a nossa cultura seja parca. Mas não são feitos esforços suficientes para a espalhar internacionalmente). Um atentado seria de pouco uso e teria ainda menos visibilidade. Porém a globalização e a sociedade da informação espalham imagens que conseguem colocar em estado de alerta a mente mais estóica.
O que mais me espantou, e de certo modo me assustou nesta história, foi o pensamento imediato que atingiu a mente deles. A imaginação levou-os para campos já há bastante tempo desconhecidos em Portugal - bombas.
O estado mental dos cidadãos europeus modificou-se nas últimas semanas. Estados de alerta máximos, polícias com ordem para matar, pessoas desconfiadas apenas por verem algo abandonado. Mas será assim tão plausível haver um atentado em Portugal?
Portugal é um país periférico, sem grande importância a nível económico, político ou até mesmo cultural (serão muitos aqueles que discordarão deste último ponto de vista. Mas desafio-os a provarem-me o contrário, sem apresentarem os já gastos exemplos de Saramago ou Mariza. Com isto não afirmo que a nossa cultura seja parca. Mas não são feitos esforços suficientes para a espalhar internacionalmente). Um atentado seria de pouco uso e teria ainda menos visibilidade. Porém a globalização e a sociedade da informação espalham imagens que conseguem colocar em estado de alerta a mente mais estóica.
escrito por Anónimo a 2:02 da tarde
2 Pós e Contas:
You never know...
Reconheço: os meios de comunicação social são pródigos em emanar ondas de alarmismo; aceito(consequentemente):a preocupação e o "primeiro pensamento" que lhes ocorre. Portugal apesar desses handicaps todos que referiste - e bem referiste - não deixou de estar ao lado de uma investida militar que é, quanto a mim, o principal motor destes ataques.
Conheces-me.Sabes que não domino política;tenho umas luzes, faço as minhas análises,tiros as minhas (muito pessoais) conclusões. Infelizmente, esse fanatismo todo que exacerba interpretações duvidosas de um livro religioso é bem capaz de "cegar" os mais incautos que, a troco não sei eu de quê, entregam a vida em acções como as que vimos repetidas em Londres. Não consigo descortinar muito bem o que move estas pessoas; provavelmente não será só religião; provavelmente falei e especulei e disto não entendo nada; a probabilidade de se virem "plantar à beira-mar" um destes dias é nula? É provável que não venham, dirás tu. Mas eu digo-te: You never know...
31/7/05 19:07
Cara Rita, fico contente por ver que comentaste o meu post. Não posso negar que participamos da ofensiva militar ao Iraque. Mas não a vejo como a principal causa de todos estes atentados, mas antes como uma desculpa para espalhar o terror com fins que ainda não percebi. Além do mais, também nessa famosa Cimeira das Lages, o nosso papel foi incrivelmente secundário. O ridículo espelha-se até nas fotos, em que o saudoso (?) Durão Barroso nem sequer surge.
1/8/05 17:35
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