Manuel Alegre
Acabo de ouvir o discurso de Manuel Alegre. Um sentimento de desilusão percorre-me. Acreditava que ele se fosse candidatar. Acreditava que ele iria ser a escolha anti-partidária, desligada de apoios directos de partidos que querem ter um yes-man em Belém. Acreditava que ele iria ser a alternativa a déspotas democráticos, que não se cansam de lutar pelo poder, enquanto não cedem a cadeira a novos ideais, desprendidos do poder, fora dos círculos que decidem tudo que há para decidir no país. Acreditava que ele estaria presente para lutar, deixando uma imagem de coragem e desprendimento. Acreditava que ele, devido à sua cor partidária, e ao desentendimento público com o partido iria criar um novo espaço no pântano político português, que injectasse uma dose de independência na presidência da República (pela qual ela desespera). Acreditava que Alegre tivesse coragem para enfrentar os grandes barões da política que insistem em partidarizar o cargo de PR. Acreditava que ele iria ter um melhor resultado que Soares e que iria a uma hipotética 2ª volta, dando assim um estalo de luva branca a todos os que o abandonaram, incluindo aquele, que dizia ser seu amigo. Acreditava que ele poderia ser eleito, e iria elevar os ideais que lhe são tão queridos acima de quaisquer amizades. Agora quero acreditar que aquele discurso foi uma manobra, para ver se os apoiantes se mobilizam, se mostrem, se movimentem e realmente o apoiem para entrar nesta corrida pela Democracia. Por tudo isto, e porque também eu sou um republicano, Manuel Alegre tem o meu apoio para se candidatar e o meu voto para ganhar.
escrito por Anónimo a 2:37 da tarde
1 Pós e Contas:
Não partilhava essa tua esperança em relação a Alegre. Ficava-me por esperar um discurso arrasador em relação a Soares e ao PS. A montanha pariu um rato. Fez mal Alegre em não clarificar se avança ou não, se como dizes é uma manobra para ver se uma mobilização pró-Alegre arranca afirmo que se trata de uma manobra mal pensada para além de revelar um pouco de cobardia. Alegre se acha que avançando pode fazer a diferença deveria avançar, se não considera a sua candidatura um aspecto positivo não deve avançar. Agora, como figura política de relevo deveria a meu ver ter sido mais fracturante, mais esclarecido e mais infléxivel quanto `traição de que foi alvo.
9/9/05 12:45
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