Exemplos
Num excelente artigo de capa, o alemão "Der Spiegel" de 7/11/05* apresenta os trajectos políticos de Merckel e Platzeck, chefes dos partidos CDU e SPD, que agora formam governo em coligação. Tanto Angela, como Matthias são os primeiros presidentes dos dois maiores partidos alemães originários da Alemanha de Leste. Já isto mostra uma mudança na política alemã, e é um sinal do que é verdadeiramente notável.
Em Portugal, todos os secretários-gerais, presidentes, ou representantes principais partidários saem das camadas jovens dos respectivos partidos, já entruzados com uma lógica e perfil partidário que não permitem grandes mudanças no aparelho de estado português. Mantem-se discursos, políticas, formas e conteúdos, com o risco de o país se afundar (ainda mais) num marasmo que afasta a população das decisões. É nisto que Merckel e Platzeck sobressaem.
Ambos pertenceram à mesma juventude partidária, comunista, como não poderia deixar de ser. Ele mais interventido que ela, mas mantendo um low profile que lhe permitiram uma ascensão política discreta, mas cimentada. Já após a queda do muro, ela deixou-se absorver por caminhos mais conservadores, enquanto ele arrepiava caminho pela defesa da natureza. Não foram grandes os contactos que foram estabelecidos ao longo dos anos com os respectivos aparelhos partidários, o que lhes valeu independência e uma maior abertura a ideias novas. E ambos foram hipóteses de recurso para chefiar os respectivos partidos, com grande desprazer dos quadro já instituídos, que prefeririam um yes-man.
A independência que os caracteriza permitiu-lhes criar a "Grande coligação", aceitando concessões mútuas, afastadando-se das lógicas partidárias que têm como objectivo o poder pelo poder e não um plano de fundo, fundamentado e com o apoio de todos os parceiros sociais, que permitam um desenvolvimento real para o país.
Talvez esta grande coligação venha a ter o mesmo fim que o Bloco Central. Mas talvez não. Convém arriscar, e esperar que este sangue novo se mantenha em carris distantes de influências maléficas e levem o seu comboio até ao final do percurso. Entretanto fico à espera que cheguem a Portugal condutores afastados das escolas, com ideias próprias que conduzem o país para fora do pantanal.
* É-me impossível fazer o link para o referido artigo, visto este estar apenas disponibilizado na Internet mediante pagamento.
Em Portugal, todos os secretários-gerais, presidentes, ou representantes principais partidários saem das camadas jovens dos respectivos partidos, já entruzados com uma lógica e perfil partidário que não permitem grandes mudanças no aparelho de estado português. Mantem-se discursos, políticas, formas e conteúdos, com o risco de o país se afundar (ainda mais) num marasmo que afasta a população das decisões. É nisto que Merckel e Platzeck sobressaem.
Ambos pertenceram à mesma juventude partidária, comunista, como não poderia deixar de ser. Ele mais interventido que ela, mas mantendo um low profile que lhe permitiram uma ascensão política discreta, mas cimentada. Já após a queda do muro, ela deixou-se absorver por caminhos mais conservadores, enquanto ele arrepiava caminho pela defesa da natureza. Não foram grandes os contactos que foram estabelecidos ao longo dos anos com os respectivos aparelhos partidários, o que lhes valeu independência e uma maior abertura a ideias novas. E ambos foram hipóteses de recurso para chefiar os respectivos partidos, com grande desprazer dos quadro já instituídos, que prefeririam um yes-man.
A independência que os caracteriza permitiu-lhes criar a "Grande coligação", aceitando concessões mútuas, afastadando-se das lógicas partidárias que têm como objectivo o poder pelo poder e não um plano de fundo, fundamentado e com o apoio de todos os parceiros sociais, que permitam um desenvolvimento real para o país.
Talvez esta grande coligação venha a ter o mesmo fim que o Bloco Central. Mas talvez não. Convém arriscar, e esperar que este sangue novo se mantenha em carris distantes de influências maléficas e levem o seu comboio até ao final do percurso. Entretanto fico à espera que cheguem a Portugal condutores afastados das escolas, com ideias próprias que conduzem o país para fora do pantanal.
* É-me impossível fazer o link para o referido artigo, visto este estar apenas disponibilizado na Internet mediante pagamento.
escrito por Anónimo a 5:39 da tarde
2 Pós e Contas:
realmente é necessário que as coisas mudem. há ideias e mentalidades que têm de ser alteradas. não podemos ficar agarrados a algo que simplesmente se está a afundar.
isso também se consegue através do debate de ideias, do livre pensamento... o facto de um individuo estar em portugal ou estar em hong kong não deve ser relevante, desde que ele contribua para o debbate de ideias, desde que explique as suas opiniões, sustente de forma cabal as suas argumentações.
para mim, um individuo que está em hong kong mas que predispõe a pensar o seu país, ou determinada corrente filosófica, de forma aberta e sempre disposto a ouvir o outro, e a perceber a "bondade" do argumento do outro, tem uma atitude mais válida e que poderá a mudar o país, do que um jovem em portugal na juventude partidária [you know that i mean, don't you, prometeu?] ;)
20/11/05 19:29
«No entanto, concedo primazia àqueles que se prontificam para ajudar, e que estão lá para dar o corpo ao manifesto.» o corpo tamb+ém pode ser o pensamento, o país não avança só com a força de braços, por vezes avança mais rapidamente pela força do pensamento
20/11/05 19:58
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