Porque não há outra hipótese
Tentei ao máximo evitar escrever sobre o referendo. Mas parece que ele anda
em todo o sítio - jornais, rua, televisão, humor - que acabou por me
obrigar a escrever.
Compreendo que haja pessoas que sejam contra a despenalização do aborto. Até entendo algumas das razões. Partilho de algumas delas, aliás. É normal e compreensível que muitas das pessoas que vão votar sim nunca irão fazer um aborto, nem sequer tomem tal hipótese em consideração. Mas, ao fazê-lo, estão a assinalar que compreendem a necessidade, a obrigação de o Estado não restringir coersivamente a liberdade de opção.
Como pode um colectivo impor uma ideia de civilização, forçar uma parte substancial dos indivíduos a seguir um caminho que não pretende? Porque há-de o Estado impor uma moral, uma ética ou convicções doutrinárias a cidadãos que apenas pretendem ter o direito à escolha, sem, com a adopção desta, atingir os direitos de outrém? Claro que o feto poderá representar uma futura vida humana. Mas também não é esse o caso quando se trata de uma violação? No entanto, os defensores do não aceitam, na sua maioria e neste caso específico, o aborto. Não podemos esquecer que até um certo período da gestação, o feto ainda não tem, por exemplo, actividade cerebral.
Como pode um Estado obrigar um sem número de pessoas a financiar opções das quais (moralmente) não partilha? Até que ponto tem um número de cidadãos com uma mesma convicção o direito de reprimir a vontade dos restantes?
Um Estado tem de existir para assegurar liberdades, não para impor
proibições.
(Prometeu)
em todo o sítio - jornais, rua, televisão, humor - que acabou por me
obrigar a escrever.
Compreendo que haja pessoas que sejam contra a despenalização do aborto. Até entendo algumas das razões. Partilho de algumas delas, aliás. É normal e compreensível que muitas das pessoas que vão votar sim nunca irão fazer um aborto, nem sequer tomem tal hipótese em consideração. Mas, ao fazê-lo, estão a assinalar que compreendem a necessidade, a obrigação de o Estado não restringir coersivamente a liberdade de opção.
Como pode um colectivo impor uma ideia de civilização, forçar uma parte substancial dos indivíduos a seguir um caminho que não pretende? Porque há-de o Estado impor uma moral, uma ética ou convicções doutrinárias a cidadãos que apenas pretendem ter o direito à escolha, sem, com a adopção desta, atingir os direitos de outrém? Claro que o feto poderá representar uma futura vida humana. Mas também não é esse o caso quando se trata de uma violação? No entanto, os defensores do não aceitam, na sua maioria e neste caso específico, o aborto. Não podemos esquecer que até um certo período da gestação, o feto ainda não tem, por exemplo, actividade cerebral.
Como pode um Estado obrigar um sem número de pessoas a financiar opções das quais (moralmente) não partilha? Até que ponto tem um número de cidadãos com uma mesma convicção o direito de reprimir a vontade dos restantes?
Um Estado tem de existir para assegurar liberdades, não para impor
proibições.
(Prometeu)
Etiquetas: referendo
escrito por Anónimo a 11:30 da tarde
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