Paul Auster às voltas
Após alguns anos a ler apenas em português e em francês, regressei à leitura em inglês. A Trilogia de Nova York li traduzida mas este "Travels in the Scriptorium" olhou-me na livraria do aeroporto há três semanas e veio comigo em inglês.
Paul Auster continua às voltas (brilantes voltas) nos seus textos que são metatextos, histórias de alguém que conta histórias que são as histórias de alguém a contar as mesmas histórias, etc, etc. O curioso aqui está na personagem, um velho sem memória. Ou uma memória fragmentada. E é através de uma história que lê e de umas fotografias que vai recuperando, a custo diga-se, o seu passado. E há um sentimento de culpa que não é explicado. E há uma série de visitas a esse velho que nem sabe se se encontra trancado num quarto com apenas as fotografias a história que vai lendo e uma cama. E há o twist final que me soou a precipitação, à decisão do autor em acabar o que não tem fim, deixando-o em aberto apesar de tudo, como que com medo que o controlo que ele assume perante o destino da personagem não fosse afinal o contrário, da personagem perante o autor.
lipemarujo
escrito por Filipe a 3:05 da tarde
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