Os "ous"

Estarmos na cauda da Europa, como tantas vezes é referido não me espanta. A Orfeu, livraria pequena, que a custo cumpre um serviço que só honra a cultura portuguesa, debate-se todas as semanas (TODAS!) com problemas relacionados com falhas vindas de Portugal. Todos os sábados, dia em que a Orfeu recebe os jornais e as encomendas de livros vindos de Portugal, alguma coisa falha. Ou é o caderno principal do Expresso que não chega, ou a revista do Sol, ou uma encomenda de livros de uma editora que nos garante ter enviado, ou , ou , ou. A semana passada foi apenas toda a mercadoria da Orfeu que ficou em terra e só veio no segundo voo de Lisboa, chegando sábado as 17horas de Bruxelas, estando por isso na livraria disponóvel para os clientes apenas às 19 horas. Isto sem uma explicação. Todas as semanas, por razões que apenas estão ligadas à falta de profissionalismo, coisas simples como um caixote com livros ou jornais não chegam a Bruxelas. Para uma pequena livraria como a Orfeu estas "pequenas" falhas fazem toda a diferença.
As pessoas com quem estamos em contacto são prestáveis e esforçadas, mas é o prórpio clima dos negócios em Portugal que leva que a situação se repetia semana após semana. Ou é a editora que por qualquer razão falha, ou é a empresa que leva a encomenda ao aeroporto, ou é o próprio aeroporto que perde e extravia a mercadoria ou é a TAP que mete os pés pelas mãos, ou, ou , ou. Não é culpa do Governo, não é culpa da oposição, é culpa de todos, é culpa dos "ous" que se eternizam e se enraizam. Os danos são muitas vezes irreparáveis para pequenos negócios como os da Orfeu. Mas não me custa imaginar que grandes negócios também se perdem devido a situações destas.

lipemarujo