Flores
De um pequeno degrau dourado -, entre os cordões
de seda, os cinzentos véus de gaze, os veludos verdes
e os discos de cristal que enegrecem como bronze
ao sol -, vejo a digital abrir-se sobre um tapete de filigranas
de prata, de olhos e de cabeleiras.
Peças de ouro amarelo espalhadas sobre a ágata, pilastras
de mogno sustentando uma cúpula de esmeraldas,
buquês de cetim branco e de finas varas de rubis
rodeiam a rosa d'água.
Como um deus de enormes olhos azuis e de formas
de neve, o mar e o céu atraem aos terraços de mármore
a multidão das rosas fortes e jovens.
[aL]
escrito por aL a 9:23 da manhã
3 Pós e Contas:
Um génio. Rimbaud não tem par na poesia mundial. Os franceses têm por ele uma admiração que só se juntarmos a nossa por Camões, Pessoa e Torga e multiplicarmos por mil é que podemos talvez compreender.
Rimbaud morreu com 37 anos... mas só escreveu até aos 19!!!... o silêncio literário a partir dos 20 anos é um mistério ainda hoje. Um aventureiro genuíno envolveu-se em episódios verdadeiramente recambolescos, sendo mesmo atingido a tiro por um amigo, Verlaine (outro poeta extraordinário). Morreu a 10 de Novembro de 1891, nas Ardenas na Bélgica.
21/3/06 12:46
obrigada pelo momento.
21/3/06 16:51
curiosamente, descobri o rimbaud aos 19...
elise ainda bem que gostaste do pequeno poema... este 1º dia de primavera deixa-me de rastos, e não há nada como invocar dois grandes seres trágicos [van gogh e rimbaud] para nos colocar no lugar e erguer o rosto para o sol :)
21/3/06 22:26
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