Ao conceder um funeral militar a Pinochet, o Exército do Chile para além de ter o seu passado já sujo, mancha também o seu próprio futuro. Uma ditadura pode ter um único rosto mas tem sobretudo muitos braços. É fácil falarmos de longe eu sei, e muitas vezes não faltam deste lado do Atlântico pessoas mais papistas do que o Papa, ou neste caso mais vítimas que as vítimas reais, mas o Exército tinha aqui (e ainda tem, vamos esperar pelo funeral) uma oportunidade de ouro para enterrar parte de um passado horrendo e aproximar-se do mundo civil chileno. Bastava serem sóbrios na realização do funeral, fazerem o mínimo discretamente e darem um sinal claro de pretenderem ser uma instituição ao serviço da democracia chilena.
lipemarujo
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