Prémio Camões 2007
A minha relação com Lobo Antunes resume-se a um livro e meio e umas 11 crónicas. Não é muito eu sei, mas há tanto que ler, tanto para ler, que não se pode ler tudo. Li "As Naus" há muitos anos e foi um livro importante porque foi o primeiro que li sobre uma certa África. Há dois anos comecei a ler "Boa tarde às coisas aqui em baixo" e ainda não terminei. Lobo Antunes optou por uma escrita muito cerrada onde a estrutura é um caos. É certo que esse caos tem chaves e pistas para uma leitura mas torna-a um exercício difícil e cansativo. Rasgos de génios em quase todas as páginas estão presentes. Mas se há livros que são para suar, esses livros são os últimos de Lobo Antunes. E claro, sempre África, um cheiro a África que vem dele, que está nele e que transmite uma solidão imensa mas também uma melancolia narcísica, como se autor/narrador e continente se olhassem ao espelho e gostassem incondicionalmente do que vissem apesar das feridas. Ler Lobo Antunes existe atenção e sobretudo estar em forma, por isso interrompi a leitura, em breve lá regressarei.
Sobre as crónicas fica adiado o post, é que há coisas a dizer.
lipemarujo
escrito por Filipe a 11:00 da manhã
1 Pós e Contas:
Gosto muito das crónicas deste senhor. Fico à espera do Post...
15/3/07 15:52
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