um blogue socialmente consciente emocionalmente irresponsável 19mesesdepois@gmail.com

sexta-feira, abril 13, 2007

Facturar faz o país avançar?

6 Pós e Contas:

Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

"Com aquele dinheiro extra, aqueles senhores poderão adquirir bens e serviços que de outra forma não o fariam. Com esse pagamento esses fornecedores poderão comprar outras coisas e por aí em diante"

Esse raciocínio só estará correcto se se verificarem, simultaneamente, 3 condições:

a) Se Keynes estiver correcto (o argumento de "o pais avança se as pessoas tiverem mais dinheiro para gastar" só faz sentido se Keynes estiver correcto; se Keynes estiver errado, há outros argumentos a favor da evasão fiscal, mas não esse)

b) Se a economia estiver em recessão (se a economia estiver no pleno emprego, o unico resultado de haver mais dinheiro para gastar é subir os preços)

c) Se não existir Pacto de Estabilidade e Crescimento (já que, de acordo com as regras do PEC, há um limite ao deficit orçamental, menos impostos num lado vai ter que implicar mais impostos noutro)

[este meu comment está um bocado entre o pedante e o picuinhas, não?]

14/4/07 12:19

 
Blogger papalagui Quis dizer...

Não chegando ao extremo do comment anterior, permite-me discordar da tua conclusão. Digamos que o sistema fiscal e o crescimento económico é um pouco mais complexo do que "ter dinehro para comprar coisas".

Penso que a iniciativa de criar o hábito de pedir factura é bastante positiva

15/4/07 14:58

 
Blogger AA Quis dizer...

A Alaíde é uma neoliberal sem coração para com os burocratas que vão morrer à fome sem a sangria fiscal. Isso de dar trabalho (ou subsídio ao desemprego) às pessoas é da responsabilidade do Estado, que sabe melhor do que nós o que nos é mais conveniente e correcto!

15/4/07 18:27

 
Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

"A Alaíde é uma neoliberal sem coração para com os burocratas que vão morrer à fome sem a sangria fiscal"

O raciocínio implícito no post da Alaíde não era esse - se a ideia era que a evasão fiscal faz o pais avançar porque as pessoas passam a ter mais dinheiro para gastar*, está implícito que a redução da receita fiscal não iria significar uma redução da despesa pública (já que, se fosse assim, não aumentaria a quantidade de dinheiro para gastar e todo o raciocínio do tambor, da viola e da bicicleta deixa de fazer sentido)

* ou seja, é o clássico argumento keynesiano a favor da redução de impostos (para estimular a procura) e não o argumento "supply-sider" (para estimular a oferta).

15/4/07 19:37

 
Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

Agora poderíamos era fazer outra reflexão - será que pedir factura contribui para "todos pagarmos menos" (como o governo alega) ou contribui é para aumentar a despesa? Pela experiência adquirida, vejo argumentos para os dois lados:

a) A experiência demonstra que, quando o Estado tem falta de dinheiro, a reacção não é reduzir a despesa mas sim aumentar os impostos, o que parece indiciar que "pedir factura" fará com que os impostos sejam mais baixos do que seriam

b)A experiencia também demonstra que, quando o Estado tem dinheiro, a reacção não é reduzir os impostos mas sim aumentar a despesa, o que parece indiciar que "pedir factura" não fará com que os impostos sejam mais baixos do que seriam

15/4/07 19:56

 
Blogger AA Quis dizer...

Ou seja, a experiência mostra que o Estado ou aumenta os impostos ou aumenta a despesa, em vez de diminuir a despesa e os impostos.

Também há outro argumento: é preferível, para o consumidor, uma subida de impostos genéricos do que impostos que incidam sobre bens do consumo, mesmo que a receita seja a mesma, porque incidem sobre curvas de indiferença diferentes.

15/4/07 23:42

 

Enviar um comentário

<< Home