Amanhã passarão a ser 100 os dias sem governo na Bélgica. Governo federal entenda-se, que os regionais estão em funções (Valónia e Flandres). O problema está que o partido mais votado não consegue criar uma coligação que lhe dê a maioria no Parlamento.
É curioso constatar, num país onde a grande parte dos valões e flamengos querem continuar a ser belgas, seja um obstáculo da classe política que pode bem conduzir à cisão do reino.
lipemarujo
4 Pós e Contas:
Dizer que é um problema da classe política passa ao lado das causas constitucionais do problema.
Segundo percebo, existe uma total separação entre os partidos da Flandres e da Valónia que é causada (pelo menos, em parte) pelo regime constitucional.
18/9/07 01:28
Quem disse que os Flamengos querem continuar a ser Belgas? Eu moro na Flandres e vê-se que cada vez mais o sentimento nacionalista flamengo ganha maiores proporções.
Os francófonos sempre estiveram habituados à "mama flamenga" e garanto que o dia chegará em que a Flandres dará o murro da mesa e dirá que já chega. Está provado científicamente que é impossível misturar água com azeite, e é esse o erro da Bélgica depois de 1830!
É pena que não se faça um referendo na Flandres porque o SIM ganharia com toda a certeza.
18/9/07 12:49
Aos dois comentadores a minha resposta segue amanhã. Ando com uns problemas técnico e uma falta de tempo. Agradeço os comentários.
18/9/07 22:45
Caro luispedro,
Sim há uma questão constitucional que se prende com a obrigação do governo federal representar tanto flamengos como valões. Mas a constituição existe há já algum tempo, e crises semelhantes foram ultrapassadas. Os belgas votaram, tanto na Flandres como na Valónia. Agora, só aos políticos cabe a responsabilidade de, dentro das especificidades da constituição, criar condições para um governo viável. São eles (a classe política) que neste momento estão a impedir que tal aconteça.
Mas tens toda a razão, as dificuldades não vêm apenas dos partidos, o texto fundador não ajuda.
Caro embaixador,
não concordo com a posição que apresentou. Pela minha experiência a maioria dos flamengos querem ser ainda belgas. Estão descontenets, sim. Mas não deixam de ser eles a mais entusiasmo mostrarem com feriados nacionais, selecção nacional, família real, etc.
Mas sem dúvida que são eles também que mais orgulho têm em ser flamengos, e a deixarem claro que a Bélgica que desejam não se sobrepõe ao ser da Flandres. É a região deles que mais riqueza produz e mais iniciativas toma.
Vamos ver o que o futuro ditará.
Um divórcio como o da antiga Checoslováquia não está posto de parte.
19/9/07 22:43
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