Redondo
A minha querida aL sugeriu e eu acedi. Li e na íntegra ainda por cima. O Miguel comentou. E acho que o fez de uma forma muito interessante.
A minha crítica à dicotomia esquerda/direita, sobretudo em Portugal, não acontece por eu ser fascista, comunista, ditador populista ou misantropo, nem por ser envergonhado (isto é, segundo o artigo, ser de direita mas ter vergonha), nem por ser do centro (curiosa esta, porque só se é do centro ao aderir à dicotomia esquerda/direita, toda a dicotomia acarreta uma terceira via que é o meio termo, o tal centro neste caso), nem sou a favor de um modo retórico (no fundo, como disse e bem o Miguel, é o tal centro). Isto para pegar nos quatro modos que o JCR apresenta como possíveis para alguém se situar para além da esquerda e da direita. A mim parece-me que todos eles se inserem perfeitamente na dicotomia.
Mas o artigo é redondo com um quê de sofista. Eu percebo onde JCR quer chegar, visando sobretudo o PS e o PSD que diz, e com razão, serem muito parecidos. Ele pretende uma fractura, eu também. Mas ele diz que isso tem de acontecer segundo a lógica ideológica de esquerda e direita, e não consegue ver que essa lógica foi precisamente a razão do impasse em que nos encontramos. Não percebeu que a dicotomia não permite essa fractura porque segue, precisamente, como o Miguel diz, uma lógica quase clubística. Para mim, esse não me parece ser o caminho.
lipemarujo
ps- Miguel, à pergunta "és do Benfica ou do Sporting", respondo "sou, obviamente, do FC Porto".
escrito por Filipe a 8:58 da manhã
1 Pós e Contas:
lipe, tenho andado com pouco tempo :S
mas já tinha deixado uma mental note para aqui voltar.
acho que esta versão/>comparaão com o futebol que o miguel faz é errada.
ideologicamente existe de facto um eixo, coisa que nao acontece no futebol. no futebol não existe uma matriz etico-moral! que é o que acontece nas questões ideológicas.
obviamente que neste artigo, como nos últimos artigos - muitos bons!!! - do professor rosas [ele foi meu prof ;)], ele salienta a necessidade de os partidos mais centrões retomarem um discurso mais ideológico. que francamente faz falta, porque esta politica é pouco mais que politica de obra pública, sem qualquer fundamento...
20/11/07 16:33
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