«Para a esquerda, é difícil condenar a cultura para todos. Para a direita, é impossível admitir que o capitalismo - mesmo no domínio da cultura - pode trazer consequências nocivas. Ambas estão indisponíveis para admitir que sem uma orientação ou referência de vozes autorizadas, as pessoas podem fazer más escolhas. Com certeza, ser-seorientado exige não apenas que as pessoas tenham vontade de seguir as opiniões, mas que haja quem queira liderar.» (blod meu)
excelente, al. Vou ja fazer um link. E de facto um paradoxo que nem liberais nem esquerdistas egalitarios conseguem conceber. Sera que e por isso e que ha uma escola straussiana com os seus platonismos de bastidores que intervem activamente na politica americana?
Daí que liberais não se considerem nem de direita nem de esquerda, cujas políticas acabam por ser socialismo diferentemente orientado... qual é a surpresa?
Julgo que a dificuldade maior na citação está no "nocivas" e no "más".
Não creio que a direita - pelo menos alguma - defenda que o capitalismo não pode trazer consequências "nocivas". Apenas que não há "responsabilidade" ("moral") por isso dado que elas resultam de uma ordem espontânea e onde todos têm à priori as mesmas condições (em concorrência perfeita).
O que são "más escolhas"? Será que existe um verdadeiro direito ao arrependimento? Eu costumava dizer na faculdade que uma pessoa racional não tem direito ao arrependimento simplesmente porque a escolha que tomou em determinado momento no passado era a escolha óptima face à inforamção na altura possuída. Se ela depois se revela boa ou má, isso não dá direito ao arrependimento. (Atenção: não digo que mantenha esta posição - é uma provocação, mais que tudo. Prefiro não adiantar a minha posição, senão não me deitava hoje...).
Também não concordo com o "mas que haja quem queira liderar". Issso pressupõe que "a vontade de seguir" necessite de uma orientação "activa" (de alguém), o que não é lícito. Tens, por exemplo, a lista do TOP 10 das livrarias, e isso apenas reflecte o mercado. Pode náo ser uma "voz autorizada", mas basta que "as pessoas tenham vontade de seguir" isso para que o argumento não colha.
Hás de falar no direito ao arrependimento noutra altura. Achei interessante, sobretudo dizeres que não manténs essa posição e pergunto-me se é por a fórmula direito ao arrependimento ser talvez mal-conseguida ou se é algo mais profundo...
E deixo uma pergunta que pisca o olho à Ana: Será que há erros que é preciso fazer? E portanto, será que há erros que são a coisa certa a fazer?
4 Pós e Contas:
excelente, al. Vou ja fazer um link.
E de facto um paradoxo que nem liberais nem esquerdistas egalitarios conseguem conceber. Sera que e por isso e que ha uma escola straussiana com os seus platonismos de bastidores que intervem activamente na politica americana?
Um abraco,
Joao Galamba
15/11/05 17:29
Daí que liberais não se considerem nem de direita nem de esquerda, cujas políticas acabam por ser socialismo diferentemente orientado... qual é a surpresa?
15/11/05 18:40
Julgo que a dificuldade maior na citação está no "nocivas" e no "más".
Não creio que a direita - pelo menos alguma - defenda que o capitalismo não pode trazer consequências "nocivas". Apenas que não há "responsabilidade" ("moral") por isso dado que elas resultam de uma ordem espontânea e onde todos têm à priori as mesmas condições (em concorrência perfeita).
O que são "más escolhas"? Será que existe um verdadeiro direito ao arrependimento? Eu costumava dizer na faculdade que uma pessoa racional não tem direito ao arrependimento simplesmente porque a escolha que tomou em determinado momento no passado era a escolha óptima face à inforamção na altura possuída. Se ela depois se revela boa ou má, isso não dá direito ao arrependimento. (Atenção: não digo que mantenha esta posição - é uma provocação, mais que tudo. Prefiro não adiantar a minha posição, senão não me deitava hoje...).
Também não concordo com o "mas que haja quem queira liderar". Issso pressupõe que "a vontade de seguir" necessite de uma orientação "activa" (de alguém), o que não é lícito. Tens, por exemplo, a lista do TOP 10 das livrarias, e isso apenas reflecte o mercado. Pode náo ser uma "voz autorizada", mas basta que "as pessoas tenham vontade de seguir" isso para que o argumento não colha.
15/11/05 23:38
Hás de falar no direito ao arrependimento noutra altura. Achei interessante, sobretudo dizeres que não manténs essa posição e pergunto-me se é por a fórmula direito ao arrependimento ser talvez mal-conseguida ou se é algo mais profundo...
E deixo uma pergunta que pisca o olho à Ana: Será que há erros que é preciso fazer? E portanto, será que há erros que são a coisa certa a fazer?
17/11/05 18:04
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