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segunda-feira, novembro 14, 2005
Sejamos um pouco mais claros
Quando Herinque Raposo defende a recuperação do verdadeiro conceito de Cultura, aquele que não é Comunidade, Tradição, etc., aquele que é um percurso que cada um deve fazer - sozinho, sem a bengala obrigatória da comunidade; está a referir-se exactamente a quê?
Curiosa a tua abordagem a este artigo. Fazes o post e depois sentes necessidade de o postar (que se lixem as aspas, assumamos esta nova linguagem... ou não) em forma de pergunta. Não está mal visto, as nossas leituras são por vezes tão a diagonal que nos esquecemos de colocar a pergunta certa. Respondendo: Não sei bem o que ele pretendia com o artigo. O fim de subsídios? Ou pelo menos da subsidió-dependência? Defendia os poetas de gaveta (eu sou um, ainda não publiquei nada, isto dos blogs não vale, ou vale?)? O fim dos prémios literários e de mais artes? O fim da "publicidade" à arte e aos eventos? Ou fala de uma mudança de direcção? De uma luta do artista que tem de vingar sozinho com a sua arte, simplesmente "fazendo-a", esperando que com a insistência possa ganhar o seu lugar? Ou será que procura apelar aos que buscam a arte que o façam pelos seus próprios meios, que difundam, que acolham? Isso para mim é Comunidade também. Não sei. Fica a pergunta ainda. O artigo é demasiado curto penso. Julgo que ao falar-se de cultura as pessoas sentem medo, medo da ignorância, vergonha se calhar, o que é contraditório, não é fugindo dela que nos tornamos menos ignorantes, acho. E têm medo dela como se ela fosse a coisa que mais há no seu mundo, é como o medo dos intelectuais. Portugal não tem muitos e no entanto diz que tem demasiados... é estranho. Preferimos os bons e velhos majores e os inigualáveis torres que são ferreiras, preferimos a fruta vermelha com açúcar a um documentário sobre um escritor qualquer já morto, ou uma boa futebolada da equipa do escolar(i) a um filme secante português... o que não seria mau se não fossem preferências permanentes...
1 Pós e Contas:
Curiosa a tua abordagem a este artigo. Fazes o post e depois sentes necessidade de o postar (que se lixem as aspas, assumamos esta nova linguagem... ou não) em forma de pergunta. Não está mal visto, as nossas leituras são por vezes tão a diagonal que nos esquecemos de colocar a pergunta certa.
Respondendo:
Não sei bem o que ele pretendia com o artigo. O fim de subsídios? Ou pelo menos da subsidió-dependência? Defendia os poetas de gaveta (eu sou um, ainda não publiquei nada, isto dos blogs não vale, ou vale?)? O fim dos prémios literários e de mais artes? O fim da "publicidade" à arte e aos eventos? Ou fala de uma mudança de direcção? De uma luta do artista que tem de vingar sozinho com a sua arte, simplesmente "fazendo-a", esperando que com a insistência possa ganhar o seu lugar? Ou será que procura apelar aos que buscam a arte que o façam pelos seus próprios meios, que difundam, que acolham? Isso para mim é Comunidade também. Não sei. Fica a pergunta ainda. O artigo é demasiado curto penso.
Julgo que ao falar-se de cultura as pessoas sentem medo, medo da ignorância, vergonha se calhar, o que é contraditório, não é fugindo dela que nos tornamos menos ignorantes, acho. E têm medo dela como se ela fosse a coisa que mais há no seu mundo, é como o medo dos intelectuais. Portugal não tem muitos e no entanto diz que tem demasiados... é estranho. Preferimos os bons e velhos majores e os inigualáveis torres que são ferreiras, preferimos a fruta vermelha com açúcar a um documentário sobre um escritor qualquer já morto, ou uma boa futebolada da equipa do escolar(i) a um filme secante português... o que não seria mau se não fossem preferências permanentes...
14/11/05 17:56
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