O princípio de mais um fim
Reportando-me àquilo que já me parece distante, relembro a infância protegida e tutelada por essa entidade onmipresente que são os pais.
A partir do momento em que percebi que esta crença inabalável em Deus estava completamente minada, e que partia do pressuposto de que era inquestíonável, e ao mesmo tempo limitadora da minha liberdade de acção, o mundo voltou a ruir. Foram longos meses de recuperação.
No entanto mantive a confiança que seria possível que uma outra entidade onmipresente nas nossas vidas poderia fazer as opções que eu me achava incapaz, ou melhor dizendo achava que tinha a obrigação de fazer essas opções. Implicitamente estive disposta a abdicar da minha liberdade de escolha para que essa entidade agisse, mesmo contra os meus interesses, um pacto social sem clausulas de desvinculação.
Mais uma vez apercebo-me que esta crença começa a ruír, que está de alguma forma ferida de legitimidade, que me limita a capacidade de optar de forma livre. Mais uma vez o meu mundo está prestes a terminar, e a criança chora, chora muito...
escrito por aL a 6:23 da tarde
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