A ler (actualizado)
Um belo artigo do historiador Timothy Garton Ash sobre o conflito no Médio Oriente no Público de hoje (link apenas disponível a assinantes). Trata-se de uma reflexão sensata do que está acontecer e sobretudo de alguns dos "porquês". É igualmente um apelo ao cuidado a ter com as palavras que se usam cá na Europa sobre a tragédia actual.
Algumas passagens:
"Se a Europa decidira que cada nação deveria ter o seu próprio Estado, que não aceitava como membros de pleno direito da nação francesa ou alemã judeus mesmo emancipados, e se eventualmente se tinha tornado o palco de uma tentaiva de extermínio de todos os judeus, então estes deviam ter noutro lado o seu lar nacional. Lar- numa definição de que Isaiah Berlin muito gostava- é o lugar onde, se é preciso lá ir, têm de te aceitar.
E nunca mais os judeus seguiriam como cordeiros para a matança. Como israelitas, combateriam pela vida de qualquer outro judeu. (...) Os alemães, e com eles a maioria dos europeus burgueses de hoje, tornaram-se eles os comerciantes eternos; e os judeus, em Israel, os guerreiros eternos."
" Não penso que qualquer europeu deva falar ou escrever sobre o conflito de hoje no Médio Oriente sem evidenciar alguma consciência da nossa própria responsabilidade política. Receio que alguns europeus falem e escrevam hoje dessa maneira; e não me refiro apenas aos extremistas da direita alemã (...) também me refiro a pessoas pensantes da esquerda (...)."
" Não quer dizer que cada europeu que critica Israel é um anti-semita encapotado(...). Quer dizer que os europeus têm uma obrigação especial de se envolverem na procura de um acordo de paz em que o Estado de Israel posssa viver em fronteiras seguras perto de um Estado palestiniano."
" A forma como os europeus falam e escrevem sobre a posição dos judeus na região para a qual os europeus os atiraram é também uma questão da nossa própria autodefinição. Devemos pesar cada palavra."
lipemarujo
escrito por Filipe a 12:41 da tarde
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