O João Cardoso Rosas, a meu ver, tanto acerta como falha. O texto divido-o em duas partes. A primeira, em que diagnostica perfeitamente um problema actualíssimo e o coloca no título "défice ideológico". Só que falha porque a interpretação da palavra défice que faz parece-me incompleta. Não há propriamente défice mas sim desactualização. Os partidos têm é excesso de ideologia obsoleta a meu ver. Já o disse várias vezes, há esquerda e dierita a mais na boca dos partidos, há socialismo a mais na boca deles, até mesmo no CDS que disfarça isso com a defesa das donas de casa e dos pensionistas. repito com mais clareza antes que me saltem em cima (porque isto só de falar em esquerda e socialismo com um tom que não seja "cubano" ou pseudo-revolucionário rotula de egoísta capitalista qualquer um), repito portanto: essas coisas andam demasiado na boca dos partidos e políticos. Estou de acordo com o João Cardoso Rosas quando diz que aos partidos só lhes fazia bem rever "ideologias" por uma questão de coerênca porque com tanta "bocada" falta tudo menos coerência no momento de aplicar políticas ou denfender posições na Assembleia.
É curioso que, tirando o PCP, as leituras recomendadas são quase todas anglo-saxónicas.
Nas leituras mais para a esquerda, tenho algumas criticas:
No BE (e sobretudo na APSR) parece-me haver mais excesso do que falta de "leituras filosóficas" - além do Marcuse e do Ernst Bloch (que são mais antigos que os autores recomendados, mas mais recentes que os "fundadores") que nos tempos do PSR eram muito badalados, basta ler os artigos do "Combate" que aquilo até parecem teses universitárias de filosofia politica - p.ex., vá-se à ultima edição(pdf) e veja-se o artigo sobre o aborto (pp.3-13) - aliás, na bibliografia até aparece essa tal Iris Marion Young, que eu nunca tinha ouvido falar.
Quanto ao PCP, penso que o Negri não será um autor apropriado - afinal, a "autonomia operária" (de que Negri é o principal ideólogo) é quase o oposto do leninismo. Negri seria mais recomendado para a "oposição interna" do BE, acho eu.
Não conheço as leituras recomendadas confesso, mas sugerir mudanças ideológicas a partidos como o BE e o PCP é a mesma coisa que sugerir o fim dos mesmos pois tornar-se-iam uma outra coisa. É mais fácil sugerir mudanças dessas nos outros partidos da Assembleia sem atentar ao que têm sido não? O BE e o PCP sobretudo baseam-se nos grilhões das suas fundações. Para uns é negativo (se usei a palavra grilhão é porque sou um deles), para outros é coisa de convicção (que não é negativo em si, mas que passa a ser por se tratarem de convicções transformadas em teimosia, cegueira e desactualizadas).
5 Pós e Contas:
O João Cardoso Rosas, a meu ver, tanto acerta como falha. O texto divido-o em duas partes. A primeira, em que diagnostica perfeitamente um problema actualíssimo e o coloca no título "défice ideológico". Só que falha porque a interpretação da palavra défice que faz parece-me incompleta. Não há propriamente défice mas sim desactualização. Os partidos têm é excesso de ideologia obsoleta a meu ver. Já o disse várias vezes, há esquerda e dierita a mais na boca dos partidos, há socialismo a mais na boca deles, até mesmo no CDS que disfarça isso com a defesa das donas de casa e dos pensionistas. repito com mais clareza antes que me saltem em cima (porque isto só de falar em esquerda e socialismo com um tom que não seja "cubano" ou pseudo-revolucionário rotula de egoísta capitalista qualquer um), repito portanto: essas coisas andam demasiado na boca dos partidos e políticos.
Estou de acordo com o João Cardoso Rosas quando diz que aos partidos só lhes fazia bem rever "ideologias" por uma questão de coerênca porque com tanta "bocada" falta tudo menos coerência no momento de aplicar políticas ou denfender posições na Assembleia.
3/11/06 08:25
ERRATA
Obviamente que me enganei na última frase: não falta nada a não ser coerência no momento de aplicar políticas ou defender posições na Assembleia.
;)
3/11/06 08:29
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
3/11/06 11:53
É curioso que, tirando o PCP, as leituras recomendadas são quase todas anglo-saxónicas.
Nas leituras mais para a esquerda, tenho algumas criticas:
No BE (e sobretudo na APSR) parece-me haver mais excesso do que falta de "leituras filosóficas" - além do Marcuse e do Ernst Bloch (que são mais antigos que os autores recomendados, mas mais recentes que os "fundadores") que nos tempos do PSR eram muito badalados, basta ler os artigos do "Combate" que aquilo até parecem teses universitárias de filosofia politica - p.ex., vá-se à ultima edição(pdf) e veja-se o artigo sobre o aborto (pp.3-13) - aliás, na bibliografia até aparece essa tal Iris Marion Young, que eu nunca tinha ouvido falar.
Quanto ao PCP, penso que o Negri não será um autor apropriado - afinal, a "autonomia operária" (de que Negri é o principal ideólogo) é quase o oposto do leninismo. Negri seria mais recomendado para a "oposição interna" do BE, acho eu.
3/11/06 11:59
Não conheço as leituras recomendadas confesso, mas sugerir mudanças ideológicas a partidos como o BE e o PCP é a mesma coisa que sugerir o fim dos mesmos pois tornar-se-iam uma outra coisa. É mais fácil sugerir mudanças dessas nos outros partidos da Assembleia sem atentar ao que têm sido não?
O BE e o PCP sobretudo baseam-se nos grilhões das suas fundações.
Para uns é negativo (se usei a palavra grilhão é porque sou um deles), para outros é coisa de convicção (que não é negativo em si, mas que passa a ser por se tratarem de convicções transformadas em teimosia, cegueira e desactualizadas).
3/11/06 12:55
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