Sobre Cultura I
Com regularidade sou confrontada com o lado financeiro da Cultura. Não que eu não entenda a importância do lado financeiro na Cultura, muito pelo contrário. Mas por recorrência há uma omissão demasiado óbvia à importância da Cultura, à sua singularidade, não só em termos de desenvolvimento individual mas acima de tudo enquanto motor de interacção entre os indivíduos.
O grande problema que eu encontro nesta perspectiva, está nesse reducionismo que tudo parece restringir ao factor financeiro.
Como já várias vezes afirmei, não sou defensora de um papel dominante e/ou exclusivo do Estado na Cultura, ao contrário do que muitas vezes é insinuado. Há, tem de haver uma responsabilização dos agentes culturais.
É função do Estado garantir o acesso dos cidadãos à Cultura. A execução desse acesso não tem de passar necessariamente pelo apoio directo aos agentes culturais, à criação de objectos artísticos. O Estado deverá agir sempre de forma supletiva ao mercado cultural, no entanto deve furtar-se à missão de ser produtor/fornecedor de Cultura.
[aL]
O grande problema que eu encontro nesta perspectiva, está nesse reducionismo que tudo parece restringir ao factor financeiro.
Como já várias vezes afirmei, não sou defensora de um papel dominante e/ou exclusivo do Estado na Cultura, ao contrário do que muitas vezes é insinuado. Há, tem de haver uma responsabilização dos agentes culturais.
É função do Estado garantir o acesso dos cidadãos à Cultura. A execução desse acesso não tem de passar necessariamente pelo apoio directo aos agentes culturais, à criação de objectos artísticos. O Estado deverá agir sempre de forma supletiva ao mercado cultural, no entanto deve furtar-se à missão de ser produtor/fornecedor de Cultura.
[aL]
escrito por aL a 12:59 da manhã
1 Pós e Contas:
1. não se fala do aspecto financeiro, mas do aspecto económico, do qual o financeiro é apenas uma componente; o "economicismo" é intrínseco à natureza humana. Infelizmente, os recursos são escassos. São os indivíduos ou um Poder deles afastado quem melhor sabe o que é "melhor"?
2. o ónus da prova da "singularidade" da Cultura está do lado de quem o invoca; penso que escuso de voltar a fazer o paralelismo com produtos essenciais à sobrevivência física da pessoa, no qual o Estado não interfere (e bem);
3. Haver tão marcadas divergências neste aspecto é por si só sinal que o discurso da Cultura não passa de transferência de riqueza do contibuinte para aqueles bafejados pelo "papel do Estado" em escolher que "Cultura" é melhor para "nós" (note-se o plural colectivista) — políticos, burocratas, produtores, consumidores de manifestações artísticas.
30/11/06 07:15
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