Durão esteve bem hoje
Estive numa conferência organizada pela Comissão Europeia sobre o próximo programa para a Cultura da instituição.
Durão Barroso esteve presente da parte da tarde. Discursou e respondeu a algumas perguntas. E para que se saiba esteve muitíssimo bem.
É o primeiro Presidente da CE a dar à dimensão cultural do projecto europeu uma visibilidade e uma importância de grande relevo. E é curioso que ao escrever estas linhas sinto já em muitos leitores (supondo eu que os haja) um medo e um cepticismo enorme em relação ao facto da CE se imiscuir na "Cultura". Seria bom eu explicar bem em que medida a CE vê o seu papel nessa questão, mas não o farei para já. talvez mais tarde num outro post.
Durão Barroso esteve presente da parte da tarde. Discursou e respondeu a algumas perguntas. E para que se saiba esteve muitíssimo bem.
É o primeiro Presidente da CE a dar à dimensão cultural do projecto europeu uma visibilidade e uma importância de grande relevo. E é curioso que ao escrever estas linhas sinto já em muitos leitores (supondo eu que os haja) um medo e um cepticismo enorme em relação ao facto da CE se imiscuir na "Cultura". Seria bom eu explicar bem em que medida a CE vê o seu papel nessa questão, mas não o farei para já. talvez mais tarde num outro post.
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Durão, de quem não sou especial admirador, impressionou-me pela positiva. No seu percurso político tem um episódio que me deixa triste, a cimeira dos Açores que precede a Guerra no Iraque e tem outro que considero ter sido a mais difícil escolha que um político teve de fazer em Portugal, aquando do convite para ser Presidente da CE. Se por um lado era de facto um convite irrecusável (em caso de não, Portugal não teria nas próximas décadas um Presidente na CE) por outro lado deixava o país entregue a Santana Lopes. Optou pelo cargo e fez bem, porque, e quero acreditar que foi essa a razão, Durão sabia que para além de Sampaio redobrar a atenção, o povo rapidamente poria os pontos nos iis nas eleições seguintes. Assim foi.
Mas regressando à intervenção a que assisti hoje, Durão Barroso foi claro na questão da liberdade de expressão e da liberdade artística, recusou qualquer recuo nessas liberdades por questões de um qualquer "respeito" abstracto, e deu como exemplos os casos das caricaturas e da ópera de Berlim. Foi claro na opinião que tem sobre os efeitos que a lei do mercado pode ter no sector cultural, não teve medo em afirmar que esses efeitos podem ser nocivos quanto à qualidade dos "produtos" culturais serem apenas baseados nessas leis, não teve pejo em dizer que cabe aos Estados e às elites grande parte da responsabilidade em minimizar esses efeitos nocivos.
Foi uma intervenção sem tabus, transparente e unanimemente considerada como pioneira da parte de um Presidente da Comissão ao colocar a Cultura como um dos factores centrais e fulcrais para o futuro do projecto europeu.
É bom também publicitar as coias boas, seria, e é, muito fácil apenas apontar defeitos. Neste caso concreto como em muitos noutros os nossos políticos também acertam.
escrito por Filipe a 8:41 da tarde
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