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terça-feira, fevereiro 27, 2007

Gostar de artistas

17 Pós e Contas:

Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

"Quem aprecia o individualismo nos outros só pode ter uma queda magnífica por artistas: bailarinos, cantores, músicos, actores, poetas, escritores - provavelmente, por esta ordem exacta"

Porquê por essa "ordem"? Se é uma questão de "individualismo", até me parece que a ordem seria mais a oposta (claro que esta questão seria mais para o TM que para a aL)

27/2/07 18:23

 
Blogger Tiago Mendes Quis dizer...

Simplificando, claro: o escritor e o poeta usam a "palavra" - construcao humana e "social" por excelencia. Os musicos e os cantores usam sobretudo os "sons" - algo que existe fora de uma construcao humana e social, na natureza. Os bailarinos usam "apenas" o corpo e o seu uso enquanto veiculo de expressao pessoal. E' por isso primordial e primeiro. Apesar de a danca estar muito ligada 'a musica, sobrevive e e' possivel sem ela.

Mas percebo o que o Miguel quer dizer, no sentido de a escrita ser um "statement" mais obvio de certo tipo de individualismo e individualidade, ao tornar, entre outras coisas, mais "acessivel" ao exterior o que quer que seja que se tem para dizer. Mas o que se tem para dizer nao importa na avaliacao (no meu entender) do caracter artistico de uma criacao. Nao importa o que e' criado, mas a intensidade, sinceridade e entrega com que se o faz.

"Dance for yourself, if someone understands good. If not then no matter, go right on doing what you love." (Unknown)

"Dance is the only art wherein we ourselves are the stuff in which it is made." (Unknown)

"I would believe only in a God that knows how to Dance." (Nietzsche)

"Dancing is the loftiest, the most moving, the most beautiful of the arts, because it is no mere translation or abstraction from life; it is life itself." (Havelock Ellis)

Tiago Mendes

27/2/07 21:52

 
Blogger aL Quis dizer...

«Os musicos e os cantores usam sobretudo os "sons" - algo que existe fora de uma construcao humana e social, na natureza»

Tiago, pareces estar a negligenciar a questão estética, que é uma construção humana e social. não existe música e dança fora disso, fora das convenções (externas) do que é belo ou não. mesmo que o objecto criado esteja nos antípodas do que é comummente considerado belo ou hediondo!

«Mas percebo o que o Miguel quer dizer, no sentido de a escrita ser um "statement" mais obvio de certo tipo de individualismo e individualidade, ao tornar, entre outras coisas, mais "acessivel" ao exterior»

eu diria mais explicita do que acessível, no sentido que utiliza convenções mais facilmente perceptíveis e identificáveis.

[and by the way, nice pic ;) ]

27/2/07 22:11

 
Blogger Tiago Mendes Quis dizer...

Bom, "musica" e "danca", as such, so' existem depois de termos uma linguagem para falarmos delas... deixando esse ponto de lado, elas existem, independentemente daquilo que A ou B considerem ser a sua "qualidade estetica". a opiniao exterior e' irrelevante para o valor artistico intrinseco para o individuo por detras da criacao.

repito que nao estou a falar de subsidios, portanto, nem sequer me passa pela cabeca que venham sugerir (nao digo que o facas, estou so' a escrever em "defesa previa") que eu estou a dizer que uma coisa que seja considerada uma bela merda deve ter apoios do estado por isto ou por aquilo. estou so' a dizer que a avaliacao externa e' irrelevante para o individualista, e eu estou a falar de artistas-individualistas, nao de artistas-dependentes.

27/2/07 22:27

 
Blogger aL Quis dizer...

tiago, leste mal o que eu disse. [apesar de a escrita ser mais explícita, por vezes parece dificultar a comunicação]. quando falo dos apriorismos estéticos refiro-me não aos existentes no consumidor do objecto, mas sim no criador desse mesmo objecto.

naturalmente que um criador não tem necessariamente de no acto de criação usar esses apriorismos estéticos, embora seja natural e normal que o faça. é uma essa razão que há sempre uma "auto-censura" no acto criativo. bom talvez auto-censura seja um conceito excessivo, mas ao escolher [ainda que impulsivamente e inconscientemente) o que fazer e como criar, o artista está (mesmo que inconscientemente) a usar esses apriorismos estéticos

27/2/07 22:39

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Alaide: nao acho esses apriorismos esteticos necessariamente condicionantes e, se o forem, se-lo-ao menos na danca do que na musica do que na escrita, quero crer. Nao acho que a "auto-censura", no sentido que tu lhe das, tenha de ser assim tao grande. Acho que estas a colocar a criacao artistica demasiado no plano social. Claro que ele e' importante, crucial para "entendermos" o objecto em questao. Mas nao tanto para que ele "apareca", ou ate', se quiseres, para que ele apareca na forma A ou B.

Tiago Mendes

27/2/07 22:51

 
Blogger aL Quis dizer...

tiago não existem Arte, Criação Artística fora dos apriorismos estéticos!

27/2/07 22:54

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Alaide, sim, sao "requerimentos", condicoes "necessarias", mas nao sao fundamentais para o que quer que surge a partir dai. Era esse o meu ponto. Tal como para escrever um poema precisas das letras do alfabeto, mas o poema nao vive dessas letras, nem sequer das palavras formadas com essas letras, mas sobretudo do jogo de "significados" (porventura variados, no contexto ou mesmo de forma isolada) das palavras dancando em conjunto. Same for dance. Sim, ha' apriorismos - ha' sempre apriorismos em tudo, de resto. Mas para a "apreciacao" do que vem depois isso nao conta tanto assim. Pelo menos nao para mim. O que e' um ponto mais do que passivel de discordancia pacifica, by the way.

Tiago Mendes

27/2/07 23:01

 
Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

A minha ideia tinha a ver com o grau de criatividade pessoal: os escritores e poetas são "originais" por definição - qualquer livro ou poema que façam tem que ser único (a menos que, a titulo de provocação, um escritor decida escrever um livro exactamente igual a outro já escrito; mas, mesmo - ou sobretudo - aí, a intenção é ser original); os cantores e músicos podem ser compositores ou apenas interpretes, mas a maioria são as 2 coisas; os actores, em principio, são interpretes, mas (mais no cinema que no teatro) ainda tem espaço para algum toque pessoa; já os bailarinos são fundamentalmente interpretes.

Mas, por outro lado, também é verdade que é mais frequente dançar ou cantar apenas para si do que escrever ou fazer poesia apenas para si.

27/2/07 23:10

 
Blogger aL Quis dizer...

« os cantores e músicos podem ser compositores ou apenas interpretes, mas a maioria são as 2 coisas»

ó miguel, na maioria ou são compositores ou são interpretes... os compositores/cantores/instrumentistas [sim porque a música é mais do que canto...] são comummente pessoas diferentes, não acumulando actividades...

os actores, em principio, são interpretes, mas (mais no cinema que no teatro) ainda tem espaço para algum toque pessoa

como assim miguel? como é que no cinema os actores têm mais liberdade que no teatro? é necessariamente o encenador mais autoritário e adverso à criatividade do interprete do que o realizador? posso estar errada, mas a mim parece-me o contrário....

já os bailarinos são fundamentalmente interpretes.

o mesmo que os encenadores... são os bailarinos meras "letras" do coreografo, que servem para que ele "escreva" o espectáculo? na dança artística [faço esta adjectivação para que não seja confundida com a dança social, como é por exemplo um tango] é o papel criativo do bailarino infinitamente menor que o do coreografo? não creio. exceptuando o ballet clássico, que está mais preso a uma partitura (estética) pré-concebida, a dança contemporânea vive da criatividade do interprete/bailarino [uso a palavra interprete, porque em dança contemporânea o termo "bailarino" é bastante anacrónico. não tem portanto o mesmo significado que o miguel está a dar], tendo o coreografo de "coser" dramaturgicamente o material proposto por esses interpretes.

27/2/07 23:27

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Eu uso as palavras num tom mais amplo, não relativo a esta ou aquela realidade mais conhecida. Por exemplo, uso a palavra bailarino num sentido amplo. Se quiserem, preferiria ter usado "dancer", que em inglês engloba tudo o que queiram. A dança pode ser improvisada, como tudo pode ser improvisado. ACho que devia ser mais ou menos óbvio que se eu estou a falar de "individualistas", estou a falar de criadores! ALguém que cria dançando, musicando, escrevendo. Mesmo o actor também cria, ainda que tenha um guião prévio.

Qualquer "intérprete" bom é um artista e um criador também. Pense-se, por exemplo, e sem pensar em improvisação, num Sokolov ao piano. Se aquilo não é "criar", o que é criar?

Miguel: discordo profundamente do que dizes relativamente aos poetas e escritores - sobretudo relativamente aos escritores. Os escritores são dos menos "originais", de entre estes todos, porque o mundo das "ideias" é sempre limitado. Só o mundo individual - por criar, por partilhar - é por definição inesgotável. A racionalização que está inerente à escrita tira-lhe largueza e dimensão potencial.

«E que pode um simples escritor criar que não tenha já sido criado? Nada. O escritor reordena a matéria cinzenta na sua pinha. (...) Alguns livros modificaram a face do mundo. Reordenamento, mais nada. Os problemas da vida permanecem. Pode-se fazer o levantamento da pele de uma cara, mas a idade da pessoa é indelével.»

HENRY MILLER

Ou isto, ainda, também de Henry Miller, sobre a necessidade de expressão:

«Ah, sim, esquecia-me de mencionar uma coisa!... É um pormenor que talvez o assuste: é-me indiferente que os livros venham a ser publicados ou não. Quero expulsá-los de dentro de mim, mais nada. As ideias são universais: não as considero propriedade minha...»

ALiás, é isto mesmo que está, de forma simples e bonita, patente no recente filme Rocky Balboa. Não se trata de cumprir o sonho americano, como escreveu António Amaral no seu artigo último na Dia D, mas sim de "expulsar algo de dentro de si". De por cá fora uma coisa íntima. Nem sequer de partilhar, mas apenas de fazer isso para se ser sincero consigo próprio, para se sobreviver de forma honesta e íntegra.

SObre a originalidade na escrita, leia-se ainda isto:

http://mydrishti.blogspot.com/2005/06/verglio-ferreira-escrever-99-pg-65.html

Quanto à música, há compositores e intérpretes, e a maior parte dos intérpretes NÃO compõe. E nem todos os compositores são intérpretes. Para lá da inevitabilidade de haver um acto de criação em qualquer "interpretação" de uma obra musical (ainda que seja destrutiva), o facto de estarmos fora do mundo das "ideias" per si significa que há mais espaço para a criação, quando comparamos a música com a escrita. Mas claro que é fácil plagiar.

Quanto à dança: falo sobretudo de improvisção, individual, daquele tipo "Rocky Balboa" - algo que vem de dentro para fora. Não falo de intérpretes que fazem isto ou aquilo que o coreógrafo escreveu - embora, repito, qualquer interpretação envolva também alguma "criação" -, mas de pessoas que se exprimem através da dança. Ou seja, estou a falar de coisas distintas do que a Alaíde parece referir.

Não queria analisar tanto o assunto, porque o post não era para ser "racional", era apenas uma divagação. Mas isto não é uma queixa, clara. É só dizer que não acho, de modo algum, que tenhamos de concordar nisto, mas antes reflectir, individualmente, sobre o que é que a Arte nos pode dizer a cada um, enquanto intérpretes e criadores.

Tiago Mendes

28/2/07 00:31

 
Blogger aL Quis dizer...

tiago, aquilo que descreves estará mais próximo da catarse do que propriamente da Arte...

mas pronto, tendo em consideração que a catarse é um elemento essencial no teatro clássico [grego]... embora este [pelo menos na sua representação] seja excessivamente colectivista!

28/2/07 10:39

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Caríssima,

PErcebo o teu ponto, que julgo válido e importante. COmo tinha dito atrás, não acho que este tema seja passível de consensos ou sequer excessiva racionalização. Estava (e estou) apenas a "conversar" e não (for a change, yeah) a tentar "convencer".

Tu falas de catarse e falas muito bem. Mas eu não digo que TODA a catarse é passível de ser arte! Uma mãe que grita com um filho não é necessariamente arte. Um tipo que põe tudo cá fora na sua consulta com o psicanalista não é necessariamente.

A diferença crucial está na "intenção" do agente. EU falava de "self-expression". Ora, há catarses que não têm o intuito de expressão pessoal. Expressão pessoal é querer SER EU, é querer VIVENCIAR essa coisa de SER EU, é descobrir de que formas posso SER EU. Falo de arte nesse sentido. Como o Balboa, que precisava de pôr uma coisa cá fora, mas não PARA pô-la cá fora, mas sim PARA SER ELE. Para ser sincero com ele próprio, para se vivenciar, ser fiel a si próprio e se (re)descobrir nessa experiência. O Pôr cá fora era um MEIO de atingir esse OBJECTIVO, mas não o objectivo.

De qualquer modo, para além de eu não querer CONVENCER-TE a ti ou a quem quer que seja disto, mas apenas conversar e trocar ideias, já sabes que eu sou um PEssoano impedernido. Portanto, aqui vai:

SObre Self-expression:

"O essencial da arte é exprimir; aquilo que se exprime não interessa".

"Art if self-expression striving to be absolute."

SObre o erro de hiper-racionalização do assunto (ok, com algum carácter paradoxal, dado que as ideias expressas ao em si mesmo uma racionalização, mas ok, that had to be like that):

"To define the beautiful is to misunderstand it".

"O pior que há para a sensibilidade é pensarmos nela, e não com ela."

FERNANDO PESSOA

(as frases em inglês foram escritas originalmente em inglês)

Ah, e boa conversa, gostei! ;-)

Tiago Mendes

28/2/07 11:15

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Embora me esteja a repetir, queria frisar que o que conta, in the act of self-expression, é a "experiência", a "vivência". É o "durante", não o "resultado". A dancer, like a musician, feels joy for dancing or playing a sonata "while" doing it, and not in the end. Talk como o Balboa, que sente prazer durante o combate, porque aí se vivencia. E não só não importa o final dessa experiência (quer dizer, importa como mais um "momento" dela), como o resultado exterior é indiferente. A dancer will be mostly indifferent to whether someone is watching or someone will or not cheer him in the end. Tal como o Balboa se marimba para o facto de ter ou não ganho o combate.

Itºs the experience that counts.

A Arte, no sentido que eu a entendo, que é não apenas mas sobretudo "self-expression", é a busca incessante desse(re)conhecimento de Si próprio, se quiseres, citando Vergílio Ferreira, de continuadas "aparições" de Si próprio a Si mesmo. E, como se percebe a seguir, também isto não tem "explicação racional", tal como a sensibilidade não o tem também. Nem tudo é razão nesta vida, nem tudo é passível de compreensão à luz somente da razão, embora ela seja fulcral para muitas coisas.

Vergílio Ferreira, «Escrever», # 65, pg. 48

"Só tarde reparei que o «eu» de que tenho falado não tem «explicação». Há muitos anos já que o venho tentando e penso que sempre sem êxito. E só recentemente reparei que não tinha explicação porque era uma «vivência». Alguém sabe explicar o que é a alegria, o medo, o amor e o mais? A alegria vive-se, o medo experimenta-se, e só se diz pelos gestos ou face de quem o sente. O que julgo separar-me de quantos falaram do «eu» é que o reduzem a um conceito e o meu «eu» não o tem. Era o que o narrador de Aparição tentava transmitir aos outros. Só talvez o Bexiguinha o terá entendido bem. Mas esse era um louco. Vê tu se és capaz de te sentires a existir. Não é seguro que enlouqueças. E se enlouqueceres também não tem importância. Soubeste ao menos o que é seres."

Tiago Mendes

28/2/07 11:38

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Ou seja (e agora calo-me para todo o sempre, ehe): um artista não será mais que um existencialista cuja forma de existir NECESSITA de uma permanente vivência do EU através da expressão pessoal. Como disse, e muito bem, aquele tipo italiano (?) do júri do Dança Comigo, há aqueles que dançam por prazer e aqueles que dançam porque precisam. Needless to say, são os que dançam porque "precisam" - porque têm essa pulsão, essa necessidade de pôr algo cá fora - que corporizam o "artista" de que falo. Same goes for other arts, claro. Escrever por necessidade, pintar por necessidade, cantar por necessidade, and so on and so forth.

PS: aliás, Alaíde, é por isto que tipicamente as danças de salão não saõ uma forma superior de arte, porque geralmente se dança PARA um júri, para TER PONTOS, com aqueles sorrisos artificiais constantes. Isso não é arte. É show, é competição, eventualmente "divertimento". Mas a expressão pessoal desse tipo de dança (não digo que tu gostes dela ou a defendas como arte, estou só a dar um exemplo) é não só frouxa como tem um lado de "corrupção" nela, no sentido de ela ser motivada pelo exterior e não pelo interior, pelos "pontos do júri" e não pelos "ditames da alma".

Tiago Mendes

28/2/07 11:54

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

"Ia escrever que este é um blogue de auto-ajuda, mas depois lembrei-me que ... Todos os livros que leio e os poucos que escrevo são livros de auto-ajuda."

No Melancomico, algures no passado.

Toda a expressão pessoal é, em certo sentido, uma forma de "auto-ajuda" e, por conseguinte, de certa forma "terapêutica". Mas repito que isso é um resultado e não a motivação! Quer dizer, a motivação da expressão pessoal não é "ajudar-se a si próprio", é apenas "ser-se". Claro que essa vivência em geral ajuda o próprio! MAs isso é um resultado, pelo menos em grande parte. Claro que não há preto e branco aqui. Mas não confundamos o sentido de "terapia". QUer dizer, um artista não dança, escreve, pinta, compõe, porque tem necessidade de não "dar em louco" e de se "curar". Apenas tem necessidade de Ser. Bom, já me estou a repetir :-)

Tiago Mendes

28/2/07 12:14

 
Anonymous Anónimo Quis dizer...

Todos os grandes escritores escrevem por necessidade: Pessoa, Kafka, Dostoievsky, Hesse, etc.

Leia-se esta entrevista de Lobo Antunes:

http://dn.sapo.pt/2004/11/09/tema/saber_e_dificil_como_saber_escrever.html

Tiago Mendes

28/2/07 12:49

 

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