Paris II
Proclamo aqui a morte do Estado-Providência na Europa. Não porque os países não têm mais dinheiro, não porque a população está a envelhecer e torna-se impossível ao estado suportar custos médicos, de desemprego, de impossibilidade de trabalho devido a doença. O Estado-Providência está a definhar porque não funciona. Porque não serve todos os cidadãos, apenas alguns. Se não veja-se o que está a acontecer
Neste momento de reflexão, questiono-me como se sentiriam os habitantes uma qualquer outra cidade francesa, franceses de gema, nascidos e criados em França, com tetr-, tris-, bis-, avós, pais, filhos franceses se o desemprego na zona deles rondasse os 15% ou 20%, se o Estado não os apoiasse, se fossem constantemente descriminados pelo estado que os elegeu. Porque o presidente francês foi eleito por todos e para todos os franceses.
P.S.- Aproveito para aqui manifestar a minha profunda repulsa para com os acontecimentos que se sucedem em Paris e noutras cidades francesas.
escrito por Anónimo a 9:52 da tarde
1 Pós e Contas:
Mais do que um resultado dessa "cegueira" política para com uma comunidade, eu julgo que o que está acontecer em Paris é em primeiro lugar fruto de políticas "centralistas". O aglomerar de serviços, iniciativas, projectos, no fundo riqueza fácil e rápida em cidades, especialmente capitais mas não só, leva a uma saturação de gente que é depois encafuada em bairros sociais. Depois num segundo plano não é bem a questão da integração mas sim da uniformização. Se repararmos, não são os imigrantes recém-chegados que estão a causar estes problemas nem os que para lá se deslocaram há mais de 20 anos, são pessoas já nascidas em França e muitas delas com pais também nascidos em França. Porquê então estas reacções? Julgo que a chave está na educação nas escolas, na procura dessa tal unifotmização, nas dicotomias. Imagino que não se sintam de lado nenhum, que a França onde nasceram nada lhes diz porque os afasta até mais que aos avós que para lá se deslocaram dos seus países de origem. Imagino que um "francês de gema" que tem o seu comércio que vive também num bairro social, ao acordar de manhã e encontrar o seu estabelicimento destruído se indigne e com razão. Estes actos são condenáveis e exigem punição, mas isto não basta.
Procurar reanalisar as causas impõe-se.
No penadentro um debate a três rompeu sobre este caso. Caiu na tal dicotomia, embora eu me esforce solenemente para a combater, não aceito de forma alguma a duplicidade de opções... há sempre uma terceira e/ou quartas soluções... as mais difíceis...
10/11/05 23:55
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