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quinta-feira, maio 10, 2007

Um Norte empobrecido

4 Pós e Contas:

Blogger AA Quis dizer...

Lá está a balança comercial. Aparentemente acham bem trabalhar mais (exportar) para consumir menos (importar). Já não se usa desde Smith.

10/5/07 22:11

 
Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

Hipótese alternativa - as sedes sociais das grandes empresas estão em Lisboa, e os executivos e a sua entourage são melhor pagos que os operários fabris.

"Como os salários dos trabalhadores não qualificados e dos quadros médios da função pública são superiores aos do sector privado"

Não tenho tanta certeza disso - acho que até há pouco tempo, as telefonistas da função pública até ganhavam menos que o salário mínimo nacional (que só se aplicava ao privado).

E creio que um "técnico de exploração de telecomunicações" da Portugal Telecom ganha mais que um "assistente administrativo" na função pública (sendo categorias de conteúdo equivalente).

É verdade que os funcionários públicos têm o privilégio de trabalhar 35 horas (em vez das 40 do privado), mas isso não se repercute nas estatísticas do rendimento regional (penso que não se recorre a nenhuma formula estranha para transformar essas 5 horas de descanso em "rendimento para efeitos estatísticos").

10/5/07 23:26

 
Blogger Miguel Madeira Quis dizer...

Já agora, os vencimentos de algumas profissões na função pública (euros/mês):

telefonista...435...até...745
motorista...464...até...761
serralheiro mecanico...618...até...797
auxiliar administritivo...418...até...699
assistente administrativo*...650...até...1101

(a diferença entre o aux.adm. e o ass.adm. é essencialmente de formação - 9º ano para os "aux", 11º para os "assistentes")

técnico contabilidade...964...até...1781
enfermeiro*...970...até...2427
técnico RX*...970...até...2172

* sem funções de chefia

Note-se que não estou a dizer que são menores ou maiores que no privado, estou a postalos apenas como "base para discussão"

11/5/07 10:52

 
Blogger Luís Marvão Quis dizer...

No Norte têm fechado muitas fábricas, tem havido um refluxo das indústrias, em particular do têxtil. É importante pôr esses dados na equação do empobrecimento relativo.
Historicamente, os salários (e a produtividade) eram mais altos no Sul. Aí se fixavam grandes unidades de produção, no que há indústria de capital intensivo diz respeito (ainda hoje, há muito verdade nisso, pois não podemos esquecer o peso de uma Autoeuropa).
Provavel/, é na região de Lisboa que encontramos a maioria das empresas de valor acrescentado do sector dos serviços. Mas concordo que não podemos esquecer os serviços públicos aí concentrados, bem como as sedes das grandes empresas.
E Portugal é uma economia aberta, que importa muito e exporta pouco; talvez seja redutor avaliar a riqueza das regiões apenas pelo indicador das exportações.

11/5/07 12:41

 

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