um blogue socialmente consciente emocionalmente irresponsável 19mesesdepois@gmail.com

terça-feira, julho 29, 2008

Credibilidade

Pegou uma moda há uns tempos no discurso político, desportivo, relacional, comportamental e afins que passa pela credibilidade. Ninguém tem credibilidade para criticar outra pessoa. Ninguém pode atirar a primeira pedra porque já toda a gente pecou. E andamos nisto, numa espécie de jogo da batata quente em que a culpa nunca é nossa nem os nossos actos podem ser questionados. É crime apontar-se um defeito, é blasfémia interrogar, é proibido ser do contra. É a tal coisa do relativizar. A credibilidade é agora um valor relativo.

Filipe

terça-feira, julho 22, 2008

o negócio

Um post directamente da cozinha

segunda-feira, julho 21, 2008

Ms. Irma Thomas

sábado, julho 19, 2008

Old is hot! II

Neil Young tem 62 anos, toca guitarra com a rage de 20, mas envolta no peso, na mágoa e na sabedoria de mais 42 anos. O cenário do concerto é montado milimetricamente: a enorme ventoínha, o telefone vermelho, o índio e o cavalete de exposição dos quadros (Neil Young faz-se acompanhar com alguma regularidade por Eric Johnson, um pintor que vai fazendo quadros enquanto Young dá o seu concerto. Mais tarde estes quadros são leiloadas na Neil's Garage e o valor reverte para a The Bridge School. A Portugal só vieram os quadros, infelizmente o pintor não veio!), a altura do microfone é medida várias vezes para que nada falhe. E de facto, nada falha, ou se falha nem se dá conta, tal é o poder com que Neil Young nos envolve e nos paralisa.

Na música de Neil Young, tal como na de Mr. Dylan pressente-se um passado de referências comuns, mas que a determinado ponto do caminho evoluíram para sítios diferentes. Há no som rasgado das guitarras ou na melodia da harmónica a evocação de algo primordial, o som que construiu um país e as suas identidades.

E novamente o meu coração é esmagado ao ouvir "Ive been a miner for a heart of gold.|
Its these expressions |I never give |That keep me searching for a heart of gold | And Im getting old.
" ['cause a man needs a maid!]

Simplesmente magnífico!

[aL]

Etiquetas: , ,

Old is hot!

O meu entusiasmos com Mr. Dylan não está relacionado directamente com a sua música, mas sim com aquilo que ela evoca! Uma antiguidade esquecida, uma poeira que me entra nos olhos e me faz chorar, os freight trains em que eu também gostaria de ter viajado, um ritmo perdido que me faz abanar a anca como se estivesse num outro tempo.

Vê-lo em concerto a uns metros de distância deixou-me mais apática do que estaria à espera, mas ao mesmo tempo siderada pela seriedade, pela indiferença, pelo simples prazer de tocar música. A frieza e distância com que Mr. Dylan actua é qualquer coisa de mágico, como nos old times. Mr. Dylan e a sua banda estão ali para tocar a sua música e fazem-no de modo sublime.

Tinha sido há umas semanas atrás, que enquanto via o The Wire (a série com a melhor banda sonora que ouvi nos últimos tempos!), em que do rádio do detective McNulty saíam os versos "make me a queen | happy again". Imediatamente reconheci a música, era a maravilhosa Irma Thomas. Procurei a música pelo meu arquivo e não a encontrei. Comecei a duvidar se seria mesmo a Soul Queen de New Orleans... Até que, enquanto preparava o almoço de Domingo, Mr. Dylan começa a falar de Irma Lee!! e na música que Otis Redding gravou "Pain in my heart", apresentando o original: "ruler of my heart" da Irma Thomas (uma das cantoras preferidas de Mr. Dylan e minha também). E nesse momento, em que os primeiros sons ecoam na cozinha reconheço ser de facto a música do detective McNulty e o coração dispara. São esses momentos, estas referências que me fazem venerar Mr. Dylan e ouvir com alguma indiferença hinos como "like a rolling stone" [principalmente o público canta like in the record.]

[aL]

Etiquetas: , ,

sexta-feira, julho 11, 2008

Mr. Dylan

terça-feira, julho 08, 2008

Um post directamente da cozinha


Rufus Thomas, Jr. _ Bear Cat [1953 - Sun Records]

[aL]

Etiquetas: , ,

quinta-feira, julho 03, 2008

That’s what friends are for*

É um facto! Há uma quantidade infindável de e-mail's enviados por algumas pessoas (entre amigos mais ou menos próximos e demasiados conhecidos) com pedidos de amizade. Entre o Hi5 e o Facebook, ou outros que eu nem sei bem o que são, vou rejeitando todos. 

Honestamente e relembrando o Pedro Lomba "alguém que junta 500 "amigos" não acredita na amizade. Encheu a agenda, mostrou a sua agilidade e ficou na mesma." Não quero com isso dizer que não tenha alguns amigos com quem comunico no mundo virtual, mas prefiro que isso seja feito de forma recatada e com a menor exposição pública possível. A amizade é algo infinitamente bom e raro, por essa razão comunico-me com os meus amigos escrevendo-lhes cartas, das manuscritas, devidamente seladas e colocadas no marco do correio. Esta é talvez uma perspectiva muito romantizada da amizade, mas agrada-me que com estes gestos os meus amigos recebam a minha maior dedicação, partilha e carinho. 

Para os meus amigos ficam estas 2 preciosidades e o aviso: watch out for that dance floor!

*mais uma referência musical, for those who know!

[aL]

Etiquetas: , ,

Ingrid Betancourt

Já nos meus tempos do Penadentro escrevi sobre Ingrid Betancourt. Depois foi aqui no 19 meses depois. Já foi há tanto tempo que nem a fotografia aparece, nem os links funcionam como deve de ser, nem sequer um dos posts existe já. É a simbologia menor dos efeitos de um crime destes: partem-se seres humanos em cacos, por fora mas sobretudo por dentro.

Tempo de recolar o que resta. Libertada finalmente. Outros ainda lá estão.

Filipe

quarta-feira, julho 02, 2008

Ver passar os comboios