Memórias
A discussão em volto de criar um Museu sobre a repressão durante o Estado Novo assombra-me. Mas o que me assombra não é tanto a polémica em volto do local ou o que deverá comportar. O que realmente me choca e me entristece é que haja a necessidade de haver tal discussão, que tal não seja um facto à partida adquirido.
Como esperarão os historiadores ou políticos que a minha geração compreenda ou pelo menos se recorde das barbáries que se cometeram durante o regime de Salazar? Os actuais programas de história são insuficientes e por isso ineficazes. Os documentários são escassos e pouco esclarecedores, muitas vezes criados no pós-25 de Abril e por isso com muitos exageros ou inexactidões.
Recordo-me de uma visita que fiz ao Museu de História da Catalunha. Na altura vi uma exposição itinerante sobre os actos cometidos sob o regime franquista. Muitos foram os testemunhos de vítimas que me chocaram, as técnicas de tortura que ultrapassavam a minha imaginação, os relatos de opositores que me espantaram.
Porém, em Portugal não posso usufruir desta experiência. Apenas através de muita pesquisa é que poderei observar o pico deste iceberg de atentados aos direitos do Homem perpetrados por ordens de Salazar.
Depois espantem-se os mais distraídos que forças políticas de extrema-direita como o PNR atinjam uma grande afecção entre os mais jovens. Não, nós não sabemos, não temos noção da realidade total. É tudo uma imagem desfocada de horror e sofrimento. Seja na António Maria Cardoso, seja em Peniche, seja onde for, é necessário relembrar aqueles que lutaram por um Portugal democrático, e fazer perceber a todos os outros de que esta é a melhor solução. Mas não apenas os mais jovens necessitam de saber. Também para alguns que se dizem adultos, e que defensam no tempo de Salazar o mundo era perfeito, urge a necessidade de mostrar a que custo a estabilidade económica era atingida. Tem de se incutir o sentimento de respeito pelo ser humano nos portugueses, para que nesta altura de sacrifícios económicos e financeiros não sejamos assaltados por uma onda de racismo, xenofobia, ou de ideias ditatoriais que façam regressar aquilo que, infelizmente, ainda alguns desejam.
Como esperarão os historiadores ou políticos que a minha geração compreenda ou pelo menos se recorde das barbáries que se cometeram durante o regime de Salazar? Os actuais programas de história são insuficientes e por isso ineficazes. Os documentários são escassos e pouco esclarecedores, muitas vezes criados no pós-25 de Abril e por isso com muitos exageros ou inexactidões.
Recordo-me de uma visita que fiz ao Museu de História da Catalunha. Na altura vi uma exposição itinerante sobre os actos cometidos sob o regime franquista. Muitos foram os testemunhos de vítimas que me chocaram, as técnicas de tortura que ultrapassavam a minha imaginação, os relatos de opositores que me espantaram.
Porém, em Portugal não posso usufruir desta experiência. Apenas através de muita pesquisa é que poderei observar o pico deste iceberg de atentados aos direitos do Homem perpetrados por ordens de Salazar.
Depois espantem-se os mais distraídos que forças políticas de extrema-direita como o PNR atinjam uma grande afecção entre os mais jovens. Não, nós não sabemos, não temos noção da realidade total. É tudo uma imagem desfocada de horror e sofrimento. Seja na António Maria Cardoso, seja em Peniche, seja onde for, é necessário relembrar aqueles que lutaram por um Portugal democrático, e fazer perceber a todos os outros de que esta é a melhor solução. Mas não apenas os mais jovens necessitam de saber. Também para alguns que se dizem adultos, e que defensam no tempo de Salazar o mundo era perfeito, urge a necessidade de mostrar a que custo a estabilidade económica era atingida. Tem de se incutir o sentimento de respeito pelo ser humano nos portugueses, para que nesta altura de sacrifícios económicos e financeiros não sejamos assaltados por uma onda de racismo, xenofobia, ou de ideias ditatoriais que façam regressar aquilo que, infelizmente, ainda alguns desejam.
escrito por Anónimo a 3:57 da tarde
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