Outra vez mais do mesmo
Vários são os sociólogos, psicólogos, analistas, psicanalistas que tentam perceber o que leva jovens de classe média, bem integrados na sociedade inglesa a cometer atentados suicidas. Jovens de segunda geração, já com estatuto adquirido dentro da sociedade, respeitados, com amigos ingleses, estudantes das melhores escolas e universidades passeiam-se por Londres carregando bombas, disseminando grandes laivos de terror pelo centro cosmopolita europeu.
Fareed Zakaria um conceituado opinion maker americano, também ele de origens asiáticas, em entrevista a Jon Stewart tentou perceber e explicar estes acontecimentos à luz de um pensamento claro. Ele advoga a necessidade de crença em algo superior, numa qualquer fé, que traga valores a este registo social desprovido deles.
De certa maneira partilho desta opinião. Os supostos despoletadores das bombas (a falta do testemunho dos suspeitos não permite a exactidão desta afirmação) estavam bem integrados na sociedade. Mas em que sociedade? Na inglesa ou na muçulmana? Esta incerteza de valores, este vazio de ligação a uma história origina o popular “ou oito ou oitenta”. Se o nosso desapego cultural é criticável, nunca o nosso fanatismo religioso o será. Assim, será fácil para engenheiros da mente ao serviço da causa muçulmana contra o diabólico Ocidente perverter as mentes destes jovens, e criar mercenários, sem direito a remuneração, mas com o prazer de dever cumprido e recompensa eterna. Crio o conceito de mercenário espiritual, porque acredito profundamente que estes jovens, se inseridos noutro contexto, mas sofrendo da mesma falta de identidade, se vergariam a qualquer outra crença, apenas com o objectivo de terem algo em que acreditar.
Fareed Zakaria um conceituado opinion maker americano, também ele de origens asiáticas, em entrevista a Jon Stewart tentou perceber e explicar estes acontecimentos à luz de um pensamento claro. Ele advoga a necessidade de crença em algo superior, numa qualquer fé, que traga valores a este registo social desprovido deles.
De certa maneira partilho desta opinião. Os supostos despoletadores das bombas (a falta do testemunho dos suspeitos não permite a exactidão desta afirmação) estavam bem integrados na sociedade. Mas em que sociedade? Na inglesa ou na muçulmana? Esta incerteza de valores, este vazio de ligação a uma história origina o popular “ou oito ou oitenta”. Se o nosso desapego cultural é criticável, nunca o nosso fanatismo religioso o será. Assim, será fácil para engenheiros da mente ao serviço da causa muçulmana contra o diabólico Ocidente perverter as mentes destes jovens, e criar mercenários, sem direito a remuneração, mas com o prazer de dever cumprido e recompensa eterna. Crio o conceito de mercenário espiritual, porque acredito profundamente que estes jovens, se inseridos noutro contexto, mas sofrendo da mesma falta de identidade, se vergariam a qualquer outra crença, apenas com o objectivo de terem algo em que acreditar.
escrito por Anónimo a 4:02 da tarde
1 Pós e Contas:
acho interessante esta ideia de "mercenários espirituais", agora não acredito que "jovens, se inseridos noutro contexto, mas sofrendo da mesma falta de identidade, se vergariam a qualquer outra crença"; isso seia o mesmo que acreditar que a sociedade alemã dos anos 30 era toda potencialmente nazi e culpada das atrocidades cometidas em nome de uma ideologia.
4/8/05 16:06
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