Respondeu o RMD. Quis entrar pela História, menos mal. Mas antes dela só uma coisinha. Diz que falou no FC Porto mas não no Norte, diz que são coisas diferentes. Mas depois lá debita que não é fã de tripas. Lá une o que dizia ser coisas diferentes, porque a tal raivazinha, o tal preconceito é mais forte que a vontade de ser engraçado. São de facto coisas diferentes, o FC Porto e o Norte, mas não no fundamental, nem no teor do primeiro post de RMD que é um insulto (não há-de ser muito importante, afinal, a blogoesfera está cheio deles) e um retrato perfeito da imagem que se tenta passar por aí. Mas volto a repetir, basta tentar, tentar só, ser um pouquinho imparcial e abrir os olhinhos, ler jornais, ouvir rádio e ver televisão.
Quanto à História, já se percebeu que a preocupação de RMD é para com os reis. Já sobre o Aquilino aquilo do Panteão roeu-lhe por dentro por causa de reis. Não vou eu agora estar aqui a dar aulas de História sobre os méritos da cidade Invicta (disse muito bem) porque seriam méritos para mim e deméritos para o RMD. O que eu vou estar aqui a dizer, que vale o que vale e sabe-me a pouco, é que o que é ser-se engraçadinho ou pertinente (como o é RMD em vários posts, variando as doses de cada coisa) não desculpa ser-se insultuoso.
"Eu gosto do PSD. Gosto daquela burundanga. Se tivesse que o definir, diria que o PSD é como o Benfica. Eclético, multicultural e, sim, interclassista. O PS é como o FC Porto. Sectários, intolerantes, novos-ricos e por isso gananciosos."
Enganou-se o RMD. Basta abrir os olhinhos, ler os jornais, ver tv, ouvir rádio e ver quem é sectário e intolerante. Quanto à ganância deve estar a ser confundida com vitórias, confusão essa com certeza provocada por uma inveja de criancinha. Novo-riquismo, não sei, sempre foi no Norte que o país se salvou das piores coisinhas que poderiam ter acontecido à nação, e isso devido à coragem, à inteligência, ao respeito e ao trabalho. Mas calma Rodriguinho, que aos poucos a sua luta terá (infelizmente) sucesso.
Nem quis comentar a comparação ao PS. Nem do insulto maior que é feito ao PSD (como o Benfica? Isso não se diz a ninguém!)
Há personagens que são especiais. São-no porque é evidente que o sejam. E o que parece ser uma redundância passa-nos muitas vezes ao lado. Manoel de Oliveira é especial. Não é por ter 98 anos e fazer filmes a um ritmo impressionante. É especial porque se deixarmos alguns preconceitos de lado (a começar por mim) a obra dele torna-o especial. Temos o defeito de pensar que os filmes deles são chatos. Mas se formos honestos nunca vimos mais que um ou dois (ou nenhum) dos filmes dele. Somos capazes de ir ver filmes de Hollywood, chatos, foleiros e maus mas do homem não vamos.
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Acabo de chegar de duas entrevistas a Manoel de Oliveira em que servi de intérprete. É mais baixo do que pensava, não sei porquê tinha ideia de que era um tipo bem alto. De bengala que nem serve tanto para se apoiar mas antes para desenhar gestos no ar como um sabre, entrou pelo hall do hotel Astoria onde estava hospedado com pilhas na mão. Tinha saído para ir comprar pilhas para um pequeno relógio despertador.
Subimos para o quarto e jornalista, eu e fotógrafo instalámo-nos nuns cadeirões numa pequena sala. Falou-se de cinema obviamente e do novo filme "Belle toujours" onde Oliveira retoma dois personagens de um filme de Buñuel e os faz reencontrar 40 anos depois.
O mais impressionante é as referências a escritores, realizadores, pintores, jornalistas, psicólogos, filósofos que saltam da boca do homem. No fundo, fala das pessoas que encontrou ou leu ou viu durante a vida, é que 98 anos dá para conhecer muita gente. Perdemos a noção do que significam 98 anos até ao momento em que o ouvimos falar de décadas, de o vermos a explicar a travessia por tudo aquilo que foi o século XX no cinema e nas artes. Hoje, estive ao lado de umas das figuras mais importantes da cultura portuguesa, não tenho dúvidas.
Preocupado com ele próprio, não abdica de uma ética no seu cinema. Os artistas, diz ele, mostram os resultados dos políticos, bons ou maus. Explica Oliveira que não se trata de crítica directa, trata-se de mostrar, o cinema dele é isso mesmo, um reflexo da vida, e acabe a cada um julgar.
O seu vício é mostrar o que lhe toca, e aprendeu a fazê-lo pelo cinema, a sua idade é fruto do acaso e não o incomoda que seja mais conhecido pela idade do que pelos filmes, porque diz ele, os filmes terão um dia muitíssimos mais anos do que ele.
lipemarujo
Há personagens que são especiais. São-no porque é evidente que o sejam. E o que parece ser uma redundância passa-nos muitas vezes ao lado. Manoel de Oliveira é especial. Não é por ter 98 anos e fazer filmes a um ritmo impressionante. É especial porque se deixarmos alguns preconceitos de lado (a começar por mim) a obra dele torna-o especial. Temos o defeito de pensar que os filmes deles são chatos. Mas se formos honestos nunca vimos mais que um ou dois (ou nenhum) dos filmes dele. Somos capazes de ir ver filmes de Hollywood, chatos, foleiros e maus mas do homem não vamos.
Acabo de chegar de duas entrevistas a Manoel de Oliveira em que servi de intérprete. É mais baixo do que pensava, não sei porquê tinha ideia de que era um tipo bem alto. De bengala que nem serve tanto para se apoiar mas antes para desenhar gestos no ar como um sabre, entrou pelo hall do hotel Astoria onde estava hospedado com pilhas na mão. Tinha saído para ir comprar pilhas para um pequeno relógio despertador.
Subimos para o quarto e jornalista, eu e fotógrafo instalámo-nos nuns cadeirões numa pequena sala. Falou-se de cinema obviamente e do novo filme "Belle toujours" onde Oliveira retoma dois personagens de um filme de Buñuel e os faz reencontrar 40 anos depois.
O mais impressionante é as referências a escritores, realizadores, pintores, jornalistas, psicólogos, filósofos que saltam da boca do homem. No fundo, fala das pessoas que encontrou ou leu ou viu durante a vida, é que 98 anos dá para conhecer muita gente. Perdemos a noção do que significam 98 anos até ao momento em que o ouvimos falar de décadas, de o vermos a explicar a travessia por tudo aquilo que foi o século XX no cinema e nas artes. Hoje, estive ao lado de umas das figuras mais importantes da cultura portuguesa, não tenho dúvidas.
Preocupado com ele próprio, não abdica de uma ética no seu cinema. Os artistas, diz ele, mostram os resultados dos políticos, bons ou maus. Explica Oliveira que não se trata de crítica directa, trata-se de mostrar, o cinema dele é isso mesmo, um reflexo da vida, e acabe a cada um julgar.
O seu vício é mostrar o que lhe toca, e aprendeu a fazê-lo pelo cinema, a sua idade é fruto do acaso e não o incomoda que seja mais conhecido pela idade do que pelos filmes, porque diz ele, os filmes terão um dia muitíssimos mais anos do que ele.
Daniel Oliveira não gostou deste post de JPP e reagiu. Eu leio e releio o post de JPP e não percebo a reacção do DO.
O que eu quero é um esclarecimento sobre a nova lei quanto à prisão preventiva.
Li que o Ministério Público meteu um acusação à pressa só para que continuasse em prisão preventiva. A ser verdade, essa pressa é política o que é mau sinal.
Nunca li nada de JPP a exigir a libertação de Mário Machado. Só li uma preocupação que se prende apenas com a defesa de valores de imparcialidade para todos, Mários Machados ou não.
A campanha para as nomeações democrata e republicana nas eleições presidenciais de 2008 nos EUA começa a chegar a um ponto crucial. Os second place runners têm de investir em campanhas mais agressivas para darem o salto nas sondagens.
Recentemente Barack Obama e Mitt Romney lançaram novos anúncios televisivos [sendo que a candidatura Republicana tem produzido anúncios ao ritmo de Bollywood]. Ambos os vídeos se centram numa mesma mensagem: chance. Os candidatos apresentam-se como os candidatos da mudança. Obama afirma que terá uma acção diferente em Washington, Romney defende um GOP que não se comporte como o partido Democrata. Contudo o vídeo do Senador Obama tem falhas graves. Já o de Mitt Romney continua a ter uma qualidade surpreendente. ###
O vídeo de Obama, que está apenas a ser transmitido no Iowa, decorre naquilo que poderia ser uma penthouse em Upper East Side, durante este anúncio temos o Senador a falar directamente para o espectador. No entanto e apesar da enorme fotogenia de Obama, tudo parece encenado. O espaço embora elegante é demasiado impessoal, o guarda-roupa excessivamente formal e um erro grave de realização [ocorrido na mesa de montagem], o implacável corte aos 25''. O uso de um plano médio é neste caso uma má escolha, Obama parece não saber o que fazer com as mãos. Depois, para uma correcção de plano [para que o candidato ganhe espaço para avançar], há aquele inexplicável corte, uma montagem muito amadora. Todavia a aproximação final e o consequente close up são particularmente bonitos, há uma interpelação directa e olhos-nos-olhos com o espectador: «[I] ask you to believe -- not just in my ability to bring about real change in Washington. I'm asking you to believe in yours.»
Mitt Romney é [na minha opinião] um homem particularmente bonito. Muito fotogénico, com porte atlético e aspecto saudável para alguém com já 60 anos. Os seus vídeos aproveitam e exploram, naturalmente, essas qualidades do candidatos. No novo vídeo Change begins with us, Romney apresenta-se (mais uma vez) ao ar livre, num cenário perfeitamente neutro mas familiar e agradável. O habitual grande plano do candidato é outra vez usado, de forma a realçar a juventude física do candidato. A escolha do guarda-roupa é também uma opção recorrente da equipa de Romney: informal e elegante [um outro sinal de juventude, força e vigor]. A música, que é o som de marca dos vídeos de Romney, é suficientemente heróica para toda a imagem fazer sentido, para a mensagem passar: «Is time to change». Mitt revela um enorme à vontade em frente às câmaras, o que dá à mensagem um tom natural, sincero e genuíno.
A campanha para as nomeações democrata e republicana nas eleições presidenciais de 2008 nos EUA começa a chegar a um ponto crucial. Os second place runners têm de investir em campanhas mais agressivas para darem o salto nas sondagens.
Recentemente Barack Obama e Mitt Romney lançaram novos anúncios televisivos [sendo que a candidatura Republicana tem produzido anúncios ao ritmo de Bollywood]. Ambos os vídeos se centram numa mesma mensagem: chance. Os candidatos apresentam-se como os candidatos da mudança. Obama afirma que terá uma acção diferente em Washington, Romney defende um GOP que não se comporte como o partido Democrata. Contudo o vídeo do Senador Obama tem falhas graves. Já o de Mitt Romney continua a ter uma qualidade surpreendente. (continuar a ler "Look Matters")
O vídeo de Obama, que está apenas a ser transmitido no Iowa, decorre naquilo que poderia ser uma penthouse em Upper East Side, durante este anúncio temos o Senador a falar directamente para o espectador. No entanto e apesar da enorme fotogenia de Obama, tudo parece encenado. O espaço embora elegante é demasiado impessoal, o guarda-roupa excessivamente formal e um erro grave de realização [ocorrido na mesa de montagem], o implacável corte aos 25''. O uso de um plano médio é neste caso uma má escolha, Obama parece não saber o que fazer com as mãos. Depois, para uma correcção de plano [para que o candidato ganhe espaço para avançar], há aquele inexplicável corte, uma montagem muito amadora. Todavia a aproximação final e o consequente close up são particularmente bonitos, há uma interpelação directa e olhos-nos-olhos com o espectador: «[I] ask you to believe -- not just in my ability to bring about real change in Washington. I'm asking you to believe in yours.»
Mitt Romney é [na minha opinião] um homem particularmente bonito. Muito fotogénico, com porte atlético e aspecto saudável para alguém com já 60 anos. Os seus vídeos aproveitam e exploram, naturalmente, essas qualidades do candidatos. No novo vídeo Change begins with us, Romney apresenta-se (mais uma vez) ao ar livre, num cenário perfeitamente neutro mas familiar e agradável. O habitual grande plano do candidato é outra vez usado, de forma a realçar a juventude física do candidato. A escolha do guarda-roupa é também uma opção recorrente da equipa de Romney: informal e elegante [um outro sinal de juventude, força e vigor]. A música, que é o som de marca dos vídeos de Romney, é suficientemente heróica para toda a imagem fazer sentido, para a mensagem passar: «Is time to change». Mitt revela um enorme à vontade em frente às câmaras, o que dá à mensagem um tom natural, sincero e genuíno.
Hoje que tenho acesso ilimitado à internet, tenho ideias, opiniões, apontamentos sobre o quotidiano dispersos pela cabeça e pelos drafts. Tenho falta de vontade.
Amanhã esses elementos difusos materializar-se-ão na forma de posts. Posts que não poderão ser publicados. Porque amanhã deixo de ter internet e a necessidade de escrever, de publicar aumentará irracionalmente.
Entretanto, em relação ao desafio do João, gostava de ter escrito este post do luispedro (particularmente porque saiu o novo catálogo IKEA2008 e a minha vida está a precisar de mudar)
Amanhã passarão a ser 100 os dias sem governo na Bélgica. Governo federal entenda-se, que os regionais estão em funções (Valónia e Flandres). O problema está que o partido mais votado não consegue criar uma coligação que lhe dê a maioria no Parlamento.
É curioso constatar, num país onde a grande parte dos valões e flamengos querem continuar a ser belgas, seja um obstáculo da classe política que pode bem conduzir à cisão do reino.
Não há razão jornalística absolutamente nenhuma para o Benfica ser capa dos três jornais desportivos. Deu três à Naval, clube que luta pela manutenção, o Porto, bicampeão nacional, jogou contra o Marítimo que estava no topo da classificação com os dragões. O Porto ganhou e está remetido para os cantinhos das capas. Conclusão: o Benfica que jogou com uma equipa que luta para não descer tem a capa, o Porto e o Marítimo que discutiam apenas a liderança do campeonao estão nos cantos.
Isto é a prova mais do que inequívoca de que a comunicação social é de Lisboa.
O país é Lisboa, pensam eles... talvez tenham razão, por isso está como está.
Achar normal uma situação destas (como alguns acharão) é somente mais uma prova de que a lavagem cerebral foi conseguida.
Agora que querem cair em cima do Scolari fazem-no pelas razões erradas. Eu, desde o início, fui um crítico do brasileiro, saio agora em sua defesa (em parte). É que, também desde o início, a minha posição foi única e exclusivamente a pensar no melhor para a selecção do meu país. ### Breve recapitulação: As minhas críticas a Scolari tinham duas vertentes. A primeira, e principal, tinha (e tem) que ver com o tratamento que o seleccionador deu ao FC Porto. Incompreensíveis todas as convocatórias durante a preparação do Euro2004 deixando de fora parte do que de melhor tínhamos para construir a equipa mais forte. Incompreensível que um selleccionador nacional não veja um jogo ao vivo no Estádio do Dragão desde que assumiu o posto. Incompreensível a não convocatória de Vítor Baía. Incompreensível as irritações do homem cada vez que um jornalista lhe colocava perguntas sobre estes assuntos. No fundo, é incompreensível que um treinador de futebol no cargo mais alto e mais honroso desse desporto em Portugal veja críticas como ataques e se recuse a responder às perguntas. A segunda vertente das minhas razões era puramente futebolística. Dizem que os resultados de Portugal foram bons com Scolari, concordo. Mas podiam e deviam ter sido melhores. A meu ver, houve opções técnicas erradas no passado e houve-as agora nestes últimos jogos.
Regressando ao presente, se saio em defesa do Scolari é simplesmente porque, apesar de certas opções duvidosas, Portugal nestes dois últimos jogos teve azar. É fácil esquecer-se esse pormenor sobretudo se a coisa se tivesse passado sem azar, e todos agora diriam bem alto que Scolari é o maior. Portugal não mereceu nada perder contra a Polónia, sofre um segundo golo em que por muita garra ou frescura física que se tenha não se evita.A bola sai de 40 metros (ninguém é obrigado a pressionar um jogador a 35 metros da baliza) bate no poste, nas costas do Ricardo e entra. Nada a fazer, o futebol tem destas coisas, nem jogadores nem treinador têm culpas. Contra a Sérvia, estando a ganhar 1-0, Portugal estava sem força. Ora uma equipa sem força só tem uma solução, aguentar. E Portugal aguentou bem. Teve apenas um susto com uma boa jogada dos adversários (sim, porque os outros também joagam) que acabou por cima mas de resto aguentou bem. Mas lá veio o azar de novo. Uma carambola, um fora de jogo não assinalado e golo. Azar. Poderia ter refescado mais cedo? Com certeza, mas era preciso tirar Ronaldo e isso não há treinador português que faça. A questão está mesmo aqui. Scolari é ligeiramente melhor do que os outros seleccionadores anteriores mas tem os mesmos defeitos. As vedetas são intocáveis. Bem queriam fazer acreditar do contrário. Scolari perpetrou o mesmo conceito que os anteriores, o que tinha era melhores jogadores e um pouco mais de sabedoria em gerir homens. Quanto ao soco, podem fazer o alarido que quiserem. É triste o gesto sim senhor mas não é vergonhoso como querem pintar. Não façam disto agora uma discussão do carácter do Scolari. A UEFA que o castigue com uns jogos e uma multa, ele que se retrate minimamente e siga a festa. Vi coisinhas muito piores no futebol passarem em claro comparado com um soquito nitidamente provocado num momento quente. Se querem julgar Scolari, façam-no pela postura que teve em conferências de imprensa, pelas escolhas que faz e pelos resultados (tudo em aberto ainda). Não o façam só porque ele deixou de ser o “sargentão” que tinham em mente todos aqueles os que o apoiavam.
lipemarujo
Agora que querem cair em cima do Scolari fazem-no pelas razões erradas. Eu, desde o início, fui um crítico do brasileiro, saio agora em sua defesa (em parte). É que, também desde o início, a minha posição foi única e exclusivamente a pensar no melhor para a selecção do meu país. (continuar a ler "Scolari") Breve recapitulação: As minhas críticas a Scolari tinham duas vertentes. A primeira, e principal, tinha (e tem) que ver com o tratamento que o seleccionador deu ao FC Porto. Incompreensíveis todas as convocatórias durante a preparação do Euro2004 deixando de fora parte do que de melhor tínhamos para construir a equipa mais forte. Incompreensível que um selleccionador nacional não veja um jogo ao vivo no Estádio do Dragão desde que assumiu o posto. Incompreensível a não convocatória de Vítor Baía. Incompreensível as irritações do homem cada vez que um jornalista lhe colocava perguntas sobre estes assuntos. No fundo, é incompreensível que um treinador de futebol no cargo mais alto e mais honroso desse desporto em Portugal veja críticas como ataques e se recuse a responder às perguntas. A segunda vertente das minhas razões era puramente futebolística. Dizem que os resultados de Portugal foram bons com Scolari, concordo. Mas podiam e deviam ter sido melhores. A meu ver, houve opções técnicas erradas no passado e houve-as agora nestes últimos jogos.
Regressando ao presente, se saio em defesa do Scolari é simplesmente porque, apesar de certas opções duvidosas, Portugal nestes dois últimos jogos teve azar. É fácil esquecer-se esse pormenor sobretudo se a coisa se tivesse passado sem azar, e todos agora diriam bem alto que Scolari é o maior. Portugal não mereceu nada perder contra a Polónia, sofre um segundo golo em que por muita garra ou frescura física que se tenha não se evita.A bola sai de 40 metros (ninguém é obrigado a pressionar um jogador a 35 metros da baliza) bate no poste, nas costas do Ricardo e entra. Nada a fazer, o futebol tem destas coisas, nem jogadores nem treinador têm culpas. Contra a Sérvia, estando a ganhar 1-0, Portugal estava sem força. Ora uma equipa sem força só tem uma solução, aguentar. E Portugal aguentou bem. Teve apenas um susto com uma boa jogada dos adversários (sim, porque os outros também joagam) que acabou por cima mas de resto aguentou bem. Mas lá veio o azar de novo. Uma carambola, um fora de jogo não assinalado e golo. Azar. Poderia ter refescado mais cedo? Com certeza, mas era preciso tirar Ronaldo e isso não há treinador português que faça. A questão está mesmo aqui. Scolari é ligeiramente melhor do que os outros seleccionadores anteriores mas tem os mesmos defeitos. As vedetas são intocáveis. Bem queriam fazer acreditar do contrário. Scolari perpetrou o mesmo conceito que os anteriores, o que tinha era melhores jogadores e um pouco mais de sabedoria em gerir homens. Quanto ao soco, podem fazer o alarido que quiserem. É triste o gesto sim senhor mas não é vergonhoso como querem pintar. Não façam disto agora uma discussão do carácter do Scolari. A UEFA que o castigue com uns jogos e uma multa, ele que se retrate minimamente e siga a festa. Vi coisinhas muito piores no futebol passarem em claro comparado com um soquito nitidamente provocado num momento quente. Se querem julgar Scolari, façam-no pela postura que teve em conferências de imprensa, pelas escolhas que faz e pelos resultados (tudo em aberto ainda). Não o façam só porque ele deixou de ser o “sargentão” que tinham em mente todos aqueles os que o apoiavam.
You are truly an independent voter, and you don't fit well with either party. Maybe you should choose one issue to vote on - or look into third parties!
[...]the female is rather more inclined than the male to superstition; that is, to observances not dictated by the principle of utility [...] Jeremy Bentham, in Principles of Morals and Legislation
Fecharam a grande parte das discotecas e bares da noite do Porto. Dessa lista frenquentei quase todos. De alguns sabia, pelo aspecto, que não tinham os requisitos legais para estarem abertos. Outros nunca pensei.
Não acredito muito nestas operações. O problema destes estabelecimentos tem dois aspectos diferentes. Um são os seguranças. O outro são as normas de segurança. São coisas diferentes. Mas ambos, julgo que não se resolvem sem mão pesada e dinheiro. Mão pesada para quem não cumprir a lei nestes casos, e dinheiro para reorganizar o negócio e renovar os estabelecimentos (dinheiro dos donos claro, não quero que me entrem pela caixa de comentários dentro os anti-estado).
Ora cá para mim, a mão pesada de agora com estas operações vai esmorecer depressa e por conseguinte os donos não vão precisar de gastar dinheiro.
Mas uma coisa vai acontecer de certeza, os preços vão subir. Pode ser que aquela coisa machista (e que não ouvi nunca nehuma feminista queixar-se) das laddies nights* acabe.
lipemarujo
*- no Porto, uma mulher conseguiria sair todos os dias a uma discoteca sem pagar nada e com direito entre duas a três bebidas.
No mês que passei em Portugal (e que me soube pela vida), andando de transportes públicos (tirei passe e tudo), espreitando muito ao de leve quer telejornal, quer novelas, vendo aqui e ali um jogo de futebol e seus comentários, assistindo (por fora) a fenómenos de massa como o air race red bull no Porto, indo a uma sessão sobre António Nobre com a presença de Mário Cláudio, namorando e indo sabendo dos casos amorosos/desastrosos de amigos de amigos de amigos, comendo um peixe assado na brasa com batata à murro, almoçando pataniscas de bacalhau com arroz de feijão malandro por 4 euros e meio, cheguei à conclusão que somos um povo que oscila entre a mais bruta idiotice e o mais brilhante dos génios. Noto, infelizmente, que a bruta idiotice começa lentamente a levar a melhor. ### Nos transportes é queixas por tudo e por nada, os telejornais são uma nulidade, as novelas (que passam agora) são a pior coisinha que se fez até hoje quer pela qualidade quer pelo conservadorismo moralista mais bacoco que apresenta, o futebol é campo de facciosismo inacreditável por parte dos média e do qual já ninguém se apercebe (e eu não tenho paciência para falar nisso), o air race provou que tudo o que é romaria é desculpa para o vale tudo, desde o exigir-se dinheiro para se estar na rua até trocar uns tecno-passáros por uma sessão de António Nobre por Mário Cláudio, namorar já se sabe que é bom, ouvir os dramas amorosos de outros e ver que é reflexo já das novelas com dramas de fraca qualidade e circos absurdos é que já não é bom sinal. Vale-nos então o robalo assado na grelha, a batata a muro e os 4 euros e meio por pataniscas de bacalhau e um arroz de feijão malandrinho.
lipemarujo
No mês que passei em Portugal (e que me soube pela vida), andando de transportes públicos (tirei passe e tudo), espreitando muito ao de leve quer telejornal, quer novelas, vendo aqui e ali um jogo de futebol e seus comentários, assistindo (por fora) a fenómenos de massa como o air race red bull no Porto, indo a uma sessão sobre António Nobre com a presença de Mário Cláudio, namorando e indo sabendo dos casos amorosos/desastrosos de amigos de amigos de amigos, comendo um peixe assado na brasa com batata à murro, almoçando pataniscas de bacalhau com arroz de feijão malandro por 4 euros e meio, cheguei à conclusão que somos um povo que oscila entre a mais bruta idiotice e o mais brilhante dos génios. Noto, infelizmente, que a bruta idiotice começa lentamente a levar a melhor. (continuar a ler "Portugal num mês") Nos transportes é queixas por tudo e por nada, os telejornais são uma nulidade, as novelas (que passam agora) são a pior coisinha que se fez até hoje quer pela qualidade quer pelo conservadorismo moralista mais bacoco que apresenta, o futebol é campo de facciosismo inacreditável por parte dos média e do qual já ninguém se apercebe (e eu não tenho paciência para falar nisso), o air race provou que tudo o que é romaria é desculpa para o vale tudo, desde o exigir-se dinheiro para se estar na rua até trocar uns tecno-passáros por uma sessão de António Nobre por Mário Cláudio, namorar já se sabe que é bom, ouvir os dramas amorosos de outros e ver que é reflexo já das novelas com dramas de fraca qualidade e circos absurdos é que já não é bom sinal. Vale-nos então o robalo assado na grelha, a batata a muro e os 4 euros e meio por pataniscas de bacalhau e um arroz de feijão malandrinho.
The other pages ran a crusade against utility companies; a daily horoscope; extracts from church sermons; recipes for young brides; pictures of girls with beautiful legs; advice on how to hold a husband; a baby contest; a poem proclaiming that to wash dishes was nobler than to write a symphony; an article proving that a woman who had borne a child was automatically a saint. Ayn Rand, in The Fountainhead
Esticadinho até onde não pude mais o mesito de férias, já estou de regresso a Bruxelas e ao mesmo tempo à internet e ao blogue. Sim, confesso que num mês de férias não li mais que duas frases de blogues e não passei mais que 15 minutos online. O resultado deu nuns 147 e-mails por ler (sem contar com o spam), isto só no hotmail.
Estou, portanto, de volta, se a minha querida chefe ainda me quiser, e prometo para breve um apanhado de reflexões sobre o mês em Portugal.