quarta-feira, novembro 30, 2005
Complexo de classe ou a emancipação da mulher
Por razões profissionais durante a semana passada tive de contratar os serviços de uma empresa de limpezas. A coisa começou logo com um atraso de uma hora sem qualquer aviso prévio, o que é no mínimo um desrespeito para com o cliente. Mas o grande problema aconteceu quando a equipa de trabalho se revelou incompetente, e senti uma incapacidade de reclamar, ou pior reclamei e protestei contra o mau serviço prestado, mas depois a consciência fica pesada [porque afinal aquelas pessoas estão a lavar o chão que pisamos].
Mas é aí que emerge um recalcamento qualquer que me impossibilita de agir da forma aparentemente mais racional. Ora, sendo eu uma mulher, deveria como que inconscientemente estar “programada” para cuidar da casa e da prole, não?! E agora, como é que se “desprograma” isto?
terça-feira, novembro 29, 2005
domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
Uma televisão de serviço público
Tuesday November 22, from 18.00 to 19.00 GMT
Saturday November 26 from 21.00 to 22.00 GMT
Sunday November 27 from 17.00 to 18.00 GMT
Citações LXIII
Lipemaujo, in 19mesesdepois 2005/11/24
sexta-feira, novembro 25, 2005
Citações LXII
Pedro Mexia, in Diário de Notícias 2005/11/25
quinta-feira, novembro 24, 2005
Sistema
TOP SECRET - Intriga Bloguística
O 19mesesdepois sabe de fonte segura que apesar do aparente armistício entre o Arte e os Afins, ambos os beligerantes se preparam para activar a bomba atómica.
O 19mesesdepois teve acesso a escutas cibernéticas que confirmam a vontade de AMN abandonar o aAdF por fortes divergências progamáticas com AA. « Não há pachorra para tanta música chata, aquilo é muito violino, muito piano, muito Allegro e pouco Troppo... eu cá é mais Grandes Vozes!» afirmou AMN, que se prepara para abrir um novo blogue conjuntamente com Tiago Mendes.
A mesma fonte confirmou-nos a vontade de T.M. se libertar do agrilhoamento a que tem sido remetido por Tiago Mendes, «que pensa que é a estrela do Aforismos» [afirmação de T.M. segundo fonte próxima]. Desta forma T.M. e AA estão a unir esforços para um novo blogue que pretenderá defender a bondade científica e humanista da EA. T.M. alinha nesta linha programática só para chatear.
Vá lá meninos eu estou à espera de uma guerra! Não há nada mais sexy do que ver os homens a degladiarem-se na arena, e se tiverem umas saias à la Russel Cowe ... ui ui!
quarta-feira, novembro 23, 2005
Citações LXI
Henri Denis, in História do Pensamento Económico
terça-feira, novembro 22, 2005
Desgosto
Confessionário I
A liberdade política é fundamental. Pode e deve ter as sua crenças e os seus credos. Deve desejar o melhor para si, que deverá ser sempre um princípio para ajudar a sociedade. Deve acreditar na liberdade e, acima de tudo, na democracia suprema. Ajudar o próximo.
Uma sociedade fraterna, em que o indivíduo é o centro, mas onde o próximo não seja esquecido. A minha crença nas capacidades individuais e na sua aplicação é inabalável. O bem pessoal poderá ser o objectivo, mas este tem de ser um passo para o bem comum.
Mas as liberdades individuais são intocáveis. Assim como as colectivas e respeito pelo próximo.
Leituras
Antes de mais, não gosto de Paulo Coelho. Não porque a sua literatura está na moda, não porque vende muito, podendo isto de alguma maneira significar que não é de qualidade aquilo que ele escreve, mas sim porque os livros são maus, entediantes e pouco profundos. São monótonos, a trama é básica, as personagens não têm conteúdo, ou quando o possuem, é apenas o suficiente para delinear uma personagem tipo, o que pode ser grave na pessoa à volta da qual o trama vai girar. Sempre que recordo a minha experiência literária respeitante ao PC, recordo a leitura de um livro de auto-ajuda, que nos faz sentir bem connosco, não nos obriga a pensar sobre o ser ou a sociedade.
Não renego à literatura light, de auto-ajuda, ou de qualquer outro tipo. Mas afirmar que ler um destes livros é um exercício de saúde mental é bastante duvidoso e questionável. Prefiro ver um bom programa na tv a ler um livro destes senhores. Se o meu desejo é não pensar, então rendo-me à inactividade absoluta. Sempre é melhor do que cansar os meus olhos e atapulhar o meu cérebro de informação que não interessa, nem ao menino jesus.
Mas que se leia Paulo Coelho. Talvez seja ele uma ponte para algo melhor.
segunda-feira, novembro 21, 2005
Citações LIX
Se os activistas como Geldof continuarem com esta atitude política e realista e não simplesmente moralista, podem contar comigo na próxima manif... Ajudar África não passa pela nossa caridade mas pela nossa abertura comercial. Os africanos não querem paternalismo. Querem trabalhar. Querem uma oportunidade para entrar na dita globalização.
Henrique Raposo, in O Acidental 21/11/2005
domingo, novembro 20, 2005
Confessionário
Exemplos
Em Portugal, todos os secretários-gerais, presidentes, ou representantes principais partidários saem das camadas jovens dos respectivos partidos, já entruzados com uma lógica e perfil partidário que não permitem grandes mudanças no aparelho de estado português. Mantem-se discursos, políticas, formas e conteúdos, com o risco de o país se afundar (ainda mais) num marasmo que afasta a população das decisões. É nisto que Merckel e Platzeck sobressaem.
Ambos pertenceram à mesma juventude partidária, comunista, como não poderia deixar de ser. Ele mais interventido que ela, mas mantendo um low profile que lhe permitiram uma ascensão política discreta, mas cimentada. Já após a queda do muro, ela deixou-se absorver por caminhos mais conservadores, enquanto ele arrepiava caminho pela defesa da natureza. Não foram grandes os contactos que foram estabelecidos ao longo dos anos com os respectivos aparelhos partidários, o que lhes valeu independência e uma maior abertura a ideias novas. E ambos foram hipóteses de recurso para chefiar os respectivos partidos, com grande desprazer dos quadro já instituídos, que prefeririam um yes-man.
A independência que os caracteriza permitiu-lhes criar a "Grande coligação", aceitando concessões mútuas, afastadando-se das lógicas partidárias que têm como objectivo o poder pelo poder e não um plano de fundo, fundamentado e com o apoio de todos os parceiros sociais, que permitam um desenvolvimento real para o país.
Talvez esta grande coligação venha a ter o mesmo fim que o Bloco Central. Mas talvez não. Convém arriscar, e esperar que este sangue novo se mantenha em carris distantes de influências maléficas e levem o seu comboio até ao final do percurso. Entretanto fico à espera que cheguem a Portugal condutores afastados das escolas, com ideias próprias que conduzem o país para fora do pantanal.
* É-me impossível fazer o link para o referido artigo, visto este estar apenas disponibilizado na Internet mediante pagamento.
sábado, novembro 19, 2005
Falta de empreendorismo
Ora isto é revelador da falta de espírito empreendedor por parte das entidades decisoras.
Esta seria uma óptima oportunidade para concessionar o nome do aeroporto. Talvez assim o buraco não seja tão grande.
sexta-feira, novembro 18, 2005
Hit pop blogosfera
E esta até é reconhecida internacionalmente, com convém a qualquer Diiiiiiiiiiiva que se preeeeeeeeeeze
Citações LVIII
A superação do Estado Social começa a estar na ordem do dia, quase sempre na óptica da redução do peso e do papel do Estado. Prefiro pensar na superação do Estado Social como o aumento da minha capacidade de escolha e do alargamento da minha liberdade. Esse é o caminho argumentativo que vai conquistar as novas gerações e que, sem o saberem, se aproximam da orfandade política.
AMN, in A Arte da Fuga 2005/11/18
Europe Needs a New Identity
1. France has a work problem. The country has the shortest number of hours worked per capita in the entire industrialized world.
2. This cocktail of unemployment, underemployment and stagnation is not an Arab problem, it's a French problem.
3. France's current crisis is (...) a problem of national identity
4. European countries speak of postreligious, postnational identities, but at heart they remain countries where identity is defined by family, community and territory.
5. These "foreigners" are citizens; they have to be integrated. In fact, for Europe to prosper it needs more immigrants. Europe's economies are not quite as sclerotic as people imagine. The biggest cause of its lower growth rate is a lack of immigration.
6. But if immigration ineluctably causes social chaos, Europe is doomed.
What is the solution? Is it is a Frenchman's nightmare—Americanization? In some ways, yes. France and other European countries need to move closer to a national identity based on ideas and values. And they need to take active measures—like affirmative action—to integrate their new minorities. Without affirmative action (in schools, colleges, business, the armed forces), America would not have the sizable black middle class that it does today, which is the most effective balm to the problem of race relations.
artigo completo aqui
Confissões
Já pensei em apresentar-me como voluntária numa repartição de finanças, mas rapidamente compreendo que isso iria contra as mais básicas regras de cordialidade pelas quais gosto de me guiar.
Assim só me resta exprimir esta febre tratando dos arquivos, fazendo fotocópias, colagens…
quinta-feira, novembro 17, 2005
Citações LVII
Falou-se tanto, como não podia deixar de ser, do peso do Estado na economia. No entanto, deu-se sempre a entender que se devia ter Estado em sectores estratégicos, como a Saúde e a Educação. Acho bem. Mas também se deveriam ter explicitado quais são os sectores que não são estratégicos e nos quais o Estado não se deve meter. Nomeadamente a energia, as telecomunicações, os transportes e, mais importante que tudo, o sector das bebidas.
Tiago Alves, in O Telescópio 2005/11/17
A Marca de Mário Soares
* observação de Mário Crespo no Jornal das 9, na SIC Notícias
"direita e economia" primeiras impressões [dos outros]
2. Noites à direita
3. Noites à Direita (2) - Folhetim rosa (salvo seja)
4. Obrigado a todos
5. "Noites à Direita" na imprensa
6. "Noites à Direita" na rádio
7. Noites à Direita - comentário inicial
8. Noites à Direita - comentário noticioso
9. A treta
10. «Noites à Direita» na imprensa *
11. Impressões da noite às direitas (1)
12. Impressões da noite às direitas (2)
13. Impressões da noite às direitas (3)
14. Impressões da noite às direitas (4)
15. "Noites à Direita" na blogosfera
16. Foi uma boa noite
17. uma noite bem Liberal (I)
18. uma noite bem Liberal (II)
19. Já agora
*não é uma repetição, trata-se apenas de uma coincidência de títulos
Portugal seria um país de sucesso,
É que 2 vezes no mesmo dia é muito azar, ou melhor, muita ineficiência!
Gumes, Mão Morta
- Não!... Isso não é electricidade... São miolos a fritar!- O quê?- Disse que tens os miolos a fritar. Deve ser do calor...- Por acaso estou cheio de frio!... Não queres ligar o aquecedor?- Mas tens o aquecedor no máximo! Nem sei como não te queimas, aí tão perto...- Shut!... Escuta!...- Bom, vou-me embora! Depois conta-me o que te disse o ET...
(Excerto)
Annihilation, A Perfect Circle
For the benefit of the nation or its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten the nation towards its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten the nation towards its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten this nation towards its destruction,
It's your choice, your choice, your choice, your choice,
Peace or annihilation
quarta-feira, novembro 16, 2005
Opções Culturais
«O número de selecções do clube [Book of the Month Club] expandiu-se, quase triplicou entre 1980 e 1998. Tudo o que era suposto as pessoas querem comprar – livros de cozinha, guias matrimoniais e romances populares – era incluído na lista. Era uma inversão completa da ideia original. Em vez de tentar moldar o gosto popular, o CLM estava a tentar refecti-lo. *
* Esta tentativa falhou e o CLM está a tentar regressar ao modelo original. Nomeou um novo corpo de juízes, incluindo escritores de nomeada como Anna Quindle, que faz selecções para os membros. O facto deste novo modelo ter sucesso sugere que as pessoas querem, apesar de tudo, alguma orientação na vida cultural. (N. do A.)»
(blod meu)
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)
terça-feira, novembro 15, 2005
Concepções de Cultura
«Para a esquerda, é difícil condenar a cultura para todos. Para a direita, é impossível admitir que o capitalismo - mesmo no domínio da cultura - pode trazer consequências nocivas. Ambas estão indisponíveis para admitir que sem uma orientação ou referência de vozes autorizadas, as pessoas podem fazer más escolhas. Com certeza, ser-se orientado exige não apenas que as pessoas tenham vontade de seguir as opiniões, mas que haja quem queira liderar.»
(blod meu)
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)
Refazendo a agenda da semana
À conversa com David Lodge, dia 16 de Novembro às 18h30 no Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II
depois um pulo até à Sociedade de Geografia
António Borges e Daniel Bessa [sessão das Noites à Direita*Projecto Liberal, com a moderação de António Pires de Lima.] às 20h30
*citando David Lodge
Citações LVI
joao, in Metablog 15/11/2005
Social and Natural Sciences
Nobel Memorial Lecture by Milton Friedman, 13/12/1976
Glossolalia
"tongues is expressed as language-like, and according to some, contains individual characteristics of language; in the strict sense, including syllables and diction, having similar patterns and structures, but not identical with human linguistics."
segunda-feira, novembro 14, 2005
Sejamos um pouco mais claros
Citações LV
Vivemos um tempo insuportavelmente romântico. Quando se fala de Cultura, as pessoas pensam logo em Comunidade, Tradição, etc. E que tal recuperar o verdadeiro conceito de Cultura? O conceito que faz da Cultura um percurso que cada um deve fazer - sozinho, sem a bengala obrigatória da comunidade - ao longo da vida.
Henrique Raposo, in O Acidental 2005/11/14
Agenda para esta semana
2. António Borges e Daniel Bessa [sessão das Noites à Direita*Projecto Liberal, com a moderação de António Pires de Lima.] - Sociedade de Geografia
3. Julieta Cartas fragmentárias a um amor perdido - Culturgest
sexta-feira, novembro 11, 2005
Editorial linha
Nenhum coerente. neste e' blogue editorial. sujeito a nasceu, qualquer Todo o aqui terá contido floresceu, e publicou-se menos de forma conteúdo desorganizada. Jamais conteúdo tratamento algum publicado a de ser coerente, ou um todo, ou pretensão muito um todo conteúdo
Isto deve ser contagioso
quinta-feira, novembro 10, 2005
Messianismo
D. Sebastião está de volta. E reencarnado na figura de Cavaco Silva. A sua vitória está assegurada, segundo premeditam as sondagens, sem dar uma única entrevista, recusando-se a responder a questões colocadas nos jornais, refugiando-se no seu manifesto de campanha, plagiado daquela famosa obra, a Constituição Portuguesa. Como aL refere, até a sua mandatária para a juventude se recusa a comparecer
Escolhas
Na passada sexta-feira, apesar da falta de oportunismo na apresentação da sua candidatura, ofuscada pelos eventos de Paris, Manuel Alegre demonstrou mais uma vez a sua inteligência política. Já rodeado de intelectuais e de gentes das artes, Alegre optou pela pop para arrancar votos daqueles que não vão às urnas. Ao escolher Carlos Nobre Neves para seu mandatário para a juventude, Manuel Alegre tem o apoio de um nomeado para os MTV Awards, do vocalista de um dos maiores grupos de música portuguesa, e talvez daquele que está mais na moda. Com Pacman não surgirão, com alguma certeza, grandes declarações políticas, grandes reivindicações, grandes teses sobre o actual estado político-económico português. Mas esta será uma aposta ganha. Pacman vai buscar votos a extractos sociais onde Kátia Guerreiro ou Joana Amaral Dias são nomes que não fazem sentido nenhum. Se bem jogado e usado, Carlos Nobre Neves, ou melhor, Pacman, será um trunfo importantíssimo para a campanha de Alegre. Quem sabe se até decisivo.
Gerações rascas
Durante os anos 90 proclamou-se a existência de uma geração rasca. Uma geração sem futuro. Sem interesse na sociedade. Sem preocupações com o futuro.
Os principais candidatos à presidência da República têm todos mais de 60 anos. Só eles se preocupam com o futuro do país? Afinal qual deverá reclamar o título de primeira geração rasca?
Inovações
E Alegre acaba com o estereótipo do nacionalismo ser um sentimento de direita, com o qual devemos ter cuidado para não sermos acusados de extrema-direita. Finalmente temos alguém de esquerda sem vergonha em se reclamar português.
Obituário
É com grande pesar que é anunciado o falecimento prematuro do Estado-Providência. Durante anos lutou por ajudar aqueles que não podiam e menos tinham. O corpo em câmara ardente encontra-se nos subúrbios de Paris, para todos aqueles que desejem visitar os restos mortais de um sistema disfuncional e autista.
O irmão Liberalismo agradece desde já a presença daqueles que se dirigirem a Paris para manifestarem o seu último adeus. A última palavra foi para aqueles que sempre o apoiaram e sempre acreditaram nele.
Paris II
Proclamo aqui a morte do Estado-Providência na Europa. Não porque os países não têm mais dinheiro, não porque a população está a envelhecer e torna-se impossível ao estado suportar custos médicos, de desemprego, de impossibilidade de trabalho devido a doença. O Estado-Providência está a definhar porque não funciona. Porque não serve todos os cidadãos, apenas alguns. Se não veja-se o que está a acontecer
Neste momento de reflexão, questiono-me como se sentiriam os habitantes uma qualquer outra cidade francesa, franceses de gema, nascidos e criados em França, com tetr-, tris-, bis-, avós, pais, filhos franceses se o desemprego na zona deles rondasse os 15% ou 20%, se o Estado não os apoiasse, se fossem constantemente descriminados pelo estado que os elegeu. Porque o presidente francês foi eleito por todos e para todos os franceses.
P.S.- Aproveito para aqui manifestar a minha profunda repulsa para com os acontecimentos que se sucedem em Paris e noutras cidades francesas.
Paris
Muito se tem dito sobre os recentes eventos em Paris, ou melhor nos seus subúrbios. Porque é aqui que carros são incendiados, autocarros carbonizados, centros comerciais violentados. São marcas de uma revolta ou simplesmente de uma juventude perdida afectada psicologicamente pelos meios de comunicação social? Recordo o filme de 1999, Fight Club, que promovia a o renascer da sociedade através da sua destruição. Não penso sequer que tenham sido influências literárias que promoveram estes conflitos. Ela está-lhes vedada. Assim como boas condições de ensino. Assim como uma plena integração na sociedade. Se é afirmado que os mentores destes crimes são africanos na sua totalidade, devia-se tentar perceber o porquê disso. São problemas recorrentes, já discutidos até à exaustão em programas de televisão, debates, revistas, jornais. Estas populações têm problemas que urgem por uma solução. Não pretendo desculpabilizar quem comete estes crimes hediondos. Longe disso. Mas sempre que velo este tipo de situações, tenho uma vontade imensa em agredir o invisual e perguntar-me se tal tivesse acontecido se o estado, ou até mesmo as populações locais não tivessem apostado na segregação.
Resultado deste caos, altamente reprovável, indigno, impróprio, bárbaro é um projecto para uma reestruturação daquela zona da capital francesa, que saiu da gaveta do gabinete de Dominique de Villepin após 25 anos de descanso. Se tivesse sido aplicado mais cedo… E aqui junto-me ao coro que alerta outras zonas da Europa para este tipo de selvajarias: os políticos que desviem um pouco os olhares dos seus umbigos e se dignem a olhar para os subúrbios. São bombas que podem ser apagadas, se as medidas integradoras da população lá residente forem tomadas.
P.S. -Escrito a 4.11.05
Breaking News
Coisas que eu ando a tentar comprovar
i) dormir 4h30 será sempre mais saudável que as tradicionais 8h00 de sono
nota: dentro de um mês estarei disponível para acreditar esta tese [isto, se sobreviver]
quarta-feira, novembro 09, 2005
Citações LIV

Ainda estamos a estudar este documento que, como se percebe facilmente, é demasiado técnico. Para já, o que podemos dizer é que há uns problemas com as aves da zona do aeroporto.
JoaoMiranda, in Blasfémias 2005/11/09
Confissões
Desta vez é um livro. A particularidade deste livro é a sua dimensão 13cmx16cm [medi agora mesmo!] ou seja, é pouco maior que um cd. O interior é feito de papel reciclado, o que quer dizer que rapidamente as suas páginas ficarão tão amarelas como uma velha e empoirada cartilha. O grafismo é sóbrio, talvez um pouco austero até, o lettring perfeitamente legível, o que me leva a pensar que apesar das suas 287 pág. isto numa formatação tipo folha A4, daria um paper de 50pág.
Amanhã começo a lê-lo.
terça-feira, novembro 08, 2005
Posfácio
criar um novo Iraque representará o projecto de política externa mais importante e grandioso no espaço de uma geração.
(...)
Nenhuma cultura ou religião os transforma [aos povos] ao ponto de se sentirem satisfeitos por renunciarem aos seus direitos básicos. Mas querer a democracia e alcançá-la são duas coisas perfeitamente distintas.
(...)
A diversidade, convenientemente gerida, pode ser em minha opinião uma grande força de poder no Iraque. Mas o poder tem de ser dividido, partilhado e controlado.
(...)
No fim é aos iraquianos que cabe construir o novo Iraque. O factor catalisador mais simples para o fortalecimento de uma sociedade é a existência de uma elite empenhada, reformista.
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)
Conclusão
A UE (...) como organização internacional(...) reflecte os desejos dos seus Estados-Membros. E a UE não está a crescer, quanto a novos poderes. Pelo contrário, está a aligeirar-se, a racionalizar as linhas de autoridade e a clarificar a sua relação com os seus Estados-Membros. A tendência entre dirigentes europeus é a de uma mais ampla, mas melhor definida UE, que assimile as competências de que já se encontra investida.
(...)
o funcionamento da OMC e das grandes instituições superesestaduais do mesmo género deveria ser mais transparente - mas no fundo se ela trabalha, eficazmente, é porque se encontra isolada das pressões populares.
(...)
A expansão do comércio tem sido apenas a maior realização económica mundial dos últimos cinquenta anos, produzindo dramáticas inflexões na pobreza e na doença por todo o mundo que tem tido mais progresso económico, nos últimos cinquenta anos, que nos anteriores quinhentos.
(...)
James Madison e os seus companheiros federalistas foram prescientes em reconhecer - em 1789! - que o governo popular seria minado por um problema crucial, acima de qualquer outro: o dos interesses particulares.
(...)
Actualmente, o que temos necessidade em política, é de menos democracia, não de mais.
(...)
A delegação é a forma moderna da estratégia seguida pelo herói errante de Homero, (...) Os políticos de hoje deveriam amarrar-se, mais vezes, ao navio do Estado à medida que passam através das turbulentas águas da política.
(...)
No mundo do jornalismo, as maravilhas dos blogs pessoais foram considerados, rapidamente, como o canto de finados da imprensa tradicional. De facto tornaram-se (e tornaram-na) algo diferente. Longe de substituírem os jornais e as revistas periódicas, os melhores dos blogs - e os melhores são verdadeiramente inteligentes - tornaram-se guias, refeências de qualidade para a imprensa escrita (...) Embora os criadores dos blogs não tomem em si próprios como democratas radicais eles são, na verdade, a elite tocquevilliana.
(...)
As democracias modernas serão confrontadas com novos desafios - a luta contra o terrorismo, os problemas da globalização, a adaptação e uma sociedade tremendamente envelhecida - e serão postas perante a necessidade de fazer funcionar o sistema e muito melhor do que ele funciona actualmente. Isso significa optimozar os processos de tomada de decisão, reintegrar o liberalismo constitucional na prática democrática
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)
O que ando a ouvir?
Le Desert
Oh mon amour, mon âme-soeur
Je compte les jours je compte les heures
Je voudrais te dessiner dans un désert
Le désert de mon coeur
Oh mon amour, ton grain de voix
fait mon bonheur à chaque pas
Lasse-moi te dessiner dans un désert
le désert de mon coeur
Dans la nuit parfois, le nez à la fenêtre
Je t'attends et je sombre
dans un désert, dans mon désert, voilà
Oh mon amour, mon coeur est lourd
Je compte les heures je compte les jours
je voudrais te dessiner dans un désert
le désert de mon coeur
Oh mon amour, je passe mon tour
J'ai déserté les alentours
Je te quitte, voilà c'est tout
Dans la nuit parfois, le nez à la fenêtre
j'attendais et je sombre
jetez au vent mes tristes cendres, voilà
Émilie Simon,[da banda sonora ] “La Marche de l'empereur”
Capítulo 6
Em muitos e inumeráveis aspectos, a democratização tem sido uma poderosa e extraordinária força para o bem, quebrando oligarquias, revolucionando negócios, trazendo e projectando novos talentos, criando novas indústrias e, talvez mais importante, permitindo às pessoas aceder ao poder.(...) Todavia, resolvendo os velhos problemas (...) a democratização criou novos. (...) esta nova desordem afectou, sobretudo o homem da rua, o cidadão normal e o pequeno investidor menos apto a navegar em águas agitadas e não exploradas.
(...)
O que é preciso para se ser fundamentalista [religioso], nestes tempos, é ver os programas de televisão, passear nos parques temáticos, comprar música rock cristã e votar republicano.
(...)
A linguagem noutro tempo usada contra os partidários do aborto , os homossexuais e a ACLU (American Civil Liberties Union) redireccionou-se para os mulçulmanos.
(...)
Para a esquerda, é difícil condenar a cultura para todos. Para a direita, é impossível admitir que o capitalismo - mesmo no domínio da cultura - pode trazer consequências nocivas. Ambas estão indisponíveis para admitir que sem uma orientação ou referência de vozes autorizadas, as pessoas podem fazer más escolhas. Com certeza, ser-se orientado exige não apenas que as pessoas tenham vontade de seguir as opiniões, mas que haja quem queira liderar.
(...)
Despojámos as nossas classes superiores de todo o sentido de responsabilidade e elas devolveram-nos, tranquilamente a parada.
(...)
Os ricos e poderosos estarão sempre entre nós. Devemos, portanto, exigir que reconheçam os seus privilégios, impodo-lhes responsabilidades.
(...)
Quando s líderes da sociedade viviam de acordo com os seus ideais, eram honrados. Quando os traíam, as pessoas ficavam desapontadas. Hoje em dia, pelo contrário, esperamos pouco dos que ocupam posições de poder e eles raramente nos desapontam.
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)
segunda-feira, novembro 07, 2005
Terapia do dia
Falha minha
De facto, devo fazer a devida reverência à habilidade argumentativa do seu autor. Este recurso discursivo apoia-se no extremar da posição do argumento do adversário de forma a torná-lo ridículo, levando ao seu consequente descrédito.
A ideia de criar um ministério da moda é suficientemente absurda para agregar reacções discordantes de tal ideia. Consegue, portanto, condicionar o raciocínio de quem lê. Contudo aquilo que diz, não é exactamente aquilo que quer dizer.
A indústria onde se insere a moda já está tutelada. Ora, seria uma opção mais eticamente correcta se fossem expostos os enumeros subsídios que são dados à indústria [textil, calçado, vestuário] de forma bastante camuflada para aqueles contribuintes que não podem ou não querem esmiuçar o orçamento de estado.
Há que ter a consciência que a moda é acima de tudo uma manifestação da individualidade, logo algo da esfera privada do individuo.
Tendo em conta os brilhantes textos com que o autor nos presenteia, confesso que estava à espera de muito melhor!
domingo, novembro 06, 2005
O Poder das Mulheres
Isto é um sinal de que as coisas mudaram, que as Mulheres têm controlo da sua sexualidade e de que lhe reconhecem algum poder. No entanto a manifestação deste poder não pode ficar agarrada ao cliché sexual. O poder conquista-se, não é algo inato.
I wish
Hung Up
Oiço esta música com o mesmo entusiasmo com que ensaiava as coreografias de La Isla Bonita nas traseiras do ginásio, durante durante o preparatório.
Lamento ter chegado a casa quando os EMA's já tinham começado, e portanto perdi o MOMENTO da noite, tive a aturar a cerimónia enfadonha para no final ver apenas 30 segundos da actuação. Bom, fico à espera de conseguir apanhar o início de uma das repetições
Citações LIII
A idade até é o menos. Não sejamos cegos. O que vai corroendo Soares e a sua alegre campanha é mesmo a puta-da-irreverência.
Tiago Mendes, in Aforismos e Afins 06/11/2005
sábado, novembro 05, 2005
O Choque Cultural
As minhas expectativas relativamente a Dance on Glasses eram relativamente modestas, estando eu à espera de um espectáculo com um cariz folclórico e com um discurso politizado [como o filme Intervenção Divina, que apesar de ser um magnífico filme, não deixa de estar politicamente comprometido].
Mas nada disso eu encontrei, o que eu vi foi um espectáculo que julgava impossível no Irão [os preconceitos culturais são terríveis], um espectáculo muito ocidentalizado [na banda sonora constam nomes como Metallica, Sting ou mesmo Dead can Dance - aqui numa óbvia alusão à deusa hindu Shiva], muito formal, mas ao mesmo tempo distante do "nosso mundo". A contenção dos actores, a impossibilidade do contacto físico perante a enorme tensão sexual, o véu, a tentativa de libertação da mulher, que se consuma apenas com a morte...
sexta-feira, novembro 04, 2005
A juventude na política
nota: Kátia Guerreiro recusou comparecer no debate
quinta-feira, novembro 03, 2005
quarta-feira, novembro 02, 2005
No divã com Freud
What I said is not what I meant
terça-feira, novembro 01, 2005
Citações LII
AMN, in A Arte da Fuga 01/11/2005
O princípio de mais um fim
Reportando-me àquilo que já me parece distante, relembro a infância protegida e tutelada por essa entidade onmipresente que são os pais.
A partir do momento em que percebi que esta crença inabalável em Deus estava completamente minada, e que partia do pressuposto de que era inquestíonável, e ao mesmo tempo limitadora da minha liberdade de acção, o mundo voltou a ruir. Foram longos meses de recuperação.
No entanto mantive a confiança que seria possível que uma outra entidade onmipresente nas nossas vidas poderia fazer as opções que eu me achava incapaz, ou melhor dizendo achava que tinha a obrigação de fazer essas opções. Implicitamente estive disposta a abdicar da minha liberdade de escolha para que essa entidade agisse, mesmo contra os meus interesses, um pacto social sem clausulas de desvinculação.
Mais uma vez apercebo-me que esta crença começa a ruír, que está de alguma forma ferida de legitimidade, que me limita a capacidade de optar de forma livre. Mais uma vez o meu mundo está prestes a terminar, e a criança chora, chora muito...
Citações LI
Compreende-se...
Na apresentação pública da Comissão de Honra da sua candidatura, anteontem, Mário Soares lançou a já célebre invectiva contra a aleivosia de Cavaco se considerar um não profissional da política.Compreende-se a irritação de Soares. Ele é, entre todos os candidatos, o único que só pode invocar como atributos os de político (brilhante, por sinal) e, portanto, aquele que mais perde em paralelismos biográficos de outra ordem. Cavaco é professor de Economia - e já o relembrou -, Alegre traz consigo uma obra literária, Louçã dá aulas e escreve livros, e até Jerónimo de Sousa tem um passado de operário.
Só Mário Soares viveu sempre na política, e se orgulha disso.
Com razão, diremos todos.
Mas num tempo em que as pessoas olham com desconfiança para os "políticos profissionais", compreende-se a irritação de Soares. Compreende-se mesmo muito bem.
Pedro Picoto, in Mão Invisível 01/11/2005