um blogue socialmente consciente emocionalmente irresponsável 19mesesdepois@gmail.com

quarta-feira, novembro 30, 2005

Emancipação das mulheres



Complexo de classe ou a emancipação da mulher

Por razões profissionais durante a semana passada tive de contratar os serviços de uma empresa de limpezas. A coisa começou logo com um atraso de uma hora sem qualquer aviso prévio, o que é no mínimo um desrespeito para com o cliente. Mas o grande problema aconteceu quando a equipa de trabalho se revelou incompetente, e senti uma incapacidade de reclamar, ou pior reclamei e protestei contra o mau serviço prestado, mas depois a consciência fica pesada [porque afinal aquelas pessoas estão a lavar o chão que pisamos].

A situação complica-se quando o caso é transposto para a vida privada. De facto, uma ajuda nas tarefas domésticas resultaria numa vantagem para ambas as partes. Para mim que ficava com mais tempo livre e com a casa com um aspecto decente todas as semanas,[ e não apenas após a limpeza mensal]. E para a auxiliar doméstica traria um acréscimo no rendimento.

Mas é aí que emerge um recalcamento qualquer que me impossibilita de agir da forma aparentemente mais racional. Ora, sendo eu uma mulher, deveria como que inconscientemente estar “programada” para cuidar da casa e da prole, não?! E agora, como é que se “desprograma” isto?

terça-feira, novembro 29, 2005

Through the Looking Glass

Um pouco de...

Utilidades que se transformaram em Moda II

domingo, novembro 27, 2005

Reconsidera a tua opção!

Elvis, sem sombra de dúvidas!


i'm 70's elvis!

sábado, novembro 26, 2005

Uma televisão de serviço público

CNN Connects - Eye on the Middle East coverage, em Beirute

Tuesday November 22, from 18.00 to 19.00 GMT
Saturday November 26 from 21.00 to 22.00 GMT
Sunday November 27 from 17.00 to 18.00 GMT

Por uma questão de serviço público

Na RTP Memoria: Telejornal 25/11/1975

Utilidades que se transformaram em Moda

Multi-biologismo

Um post muito certeiro do Henrique Raposo [finalmente!]

Citações LXIII

Ter vivido no estrangeiro uma grande parte da minha vida deu-me a distância necessária para analisar isto, a RTPinternacional tinha fados e imagens de Lisboa nos intervalos dos jogos e telejornais... esclarecedor.

Lipemaujo, in 19mesesdepois 2005/11/24

sexta-feira, novembro 25, 2005

Citações LXII

E Cavaco? Cavaco apenas acredita na economia e nas finanças. Cavaco não é um político com interesses culturais conhecidos. Com Cavaco a cultura simplesmente não é assunto. Mas o professor é tão criticável em tantos aspectos que a questão cultural me parece uma bizantinice. Eu gostava que Cavaco tivesse outro gosto pela política, outra abertura ao conflito, outro respeito pela democracia, outra descontracção, outra noção (mais comedida) dos poderes presidenciais. Que conheça ou não conheça A Divina Comédia é coisa de somenos.

Pedro Mexia, in Diário de Notícias 2005/11/25

quinta-feira, novembro 24, 2005

Sistema

É incrível como o sistema, até em algo que deveria ser puro como o futebol, funciona. Em 5 equipas que se qualificaram para a Taça Uefa, a única ainda em prova é o Vit. de Guimarães. Hoje empatou honrosamente contra o Bolton, uma equipa com nomes sonantes. Se alguém quis ver o jogo na televisão, bem que não pode. Em honra à representação portuguesa na Uefa, e protestando contra todas as televisões portuguesas, aqui vai o resumo do jogo roubado ao www.maisfutebol.iol.pt.

TOP SECRET - Intriga Bloguística

O 19mesesdepois sabe de fonte segura que apesar do aparente armistício entre o Arte e os Afins, ambos os beligerantes se preparam para activar a bomba atómica.

O 19mesesdepois teve acesso a escutas cibernéticas que confirmam a vontade de AMN abandonar o aAdF por fortes divergências progamáticas com AA. « Não há pachorra para tanta música chata, aquilo é muito violino, muito piano, muito Allegro e pouco Troppo... eu cá é mais Grandes Vozes!» afirmou AMN, que se prepara para abrir um novo blogue conjuntamente com Tiago Mendes.

A mesma fonte confirmou-nos a vontade de T.M. se libertar do agrilhoamento a que tem sido remetido por Tiago Mendes, «que pensa que é a estrela do Aforismos» [afirmação de T.M. segundo fonte próxima]. Desta forma T.M. e AA estão a unir esforços para um novo blogue que pretenderá defender a bondade científica e humanista da EA. T.M. alinha nesta linha programática só para chatear.


Vá lá meninos eu estou à espera de uma guerra! Não há nada mais sexy do que ver os homens a degladiarem-se na arena, e se tiverem umas saias à la Russel Cowe ... ui ui!

quarta-feira, novembro 23, 2005

Citações LXI

Ainda se encontra [a Teoria Monetária e o Ciclo de Negócios, de F. A. Hayek], sob um vocabulário e tipos de raciocínio marginalistas, o esquema de Marx.

Henri Denis, in História do Pensamento Económico

A Arte da Guerra e Afins

Quando a guerra eclode por causa disto, aquilo que eu quero ver é sangue, muito sangue

Desmentidos

Portugal, política, partidos e o diz que não disse.

terça-feira, novembro 22, 2005

Desgosto

No DN de ontem, 21.11.05, e no de hoje, 22.11.05 houve dois artigos que me fizeram pensar. Um deles escrito por João César das Neves e outro por José Manuel Mendes. Preocupam-me não tanto os textos em si, mas a forma descarada como é feita campanha num jornal, através de artigos de opinião. Irrita-me este tipo de textos. A opinião é para ser dada, verdade. E estas colunas servem para esses propósitos. Não condeno. Mas cria-me uma certa indigestão estar a ler o jornal e deparar-me com artigos bajulatórios, fáceis, sem qualquer tipo de construção crítica, com o único intuito de acumular votos. Não suporto esta falta de argumentação, esta cegueira política. Sei bem que é política e pior, campanha eleitoral. Deixo de gostar! Desgosto

Confessionário I

Acredito na liberdade total do ser humano, solto de amarras, no seu espírito empreendedor e inventivo. O Homem é e deve ser sempre livre de ser, existir, como deseja e como acha melhor. Deve poder querer correr a maratona, ou ficar em casa em frente ao pc a comer bolachas.

A liberdade política é fundamental. Pode e deve ter as sua crenças e os seus credos. Deve desejar o melhor para si, que deverá ser sempre um princípio para ajudar a sociedade. Deve acreditar na liberdade e, acima de tudo, na democracia suprema. Ajudar o próximo.

Uma sociedade fraterna, em que o indivíduo é o centro, mas onde o próximo não seja esquecido. A minha crença nas capacidades individuais e na sua aplicação é inabalável. O bem pessoal poderá ser o objectivo, mas este tem de ser um passo para o bem comum.

Mas as liberdades individuais são intocáveis. Assim como as colectivas e respeito pelo próximo.

Leituras

Hoje, durante uma conversa superflua sobre literatura, foi proferida algo que despertou a minha atenção. Enquanto se discutia a (mais que duvidosa) qualidade de Paulo Coelho, alguém afirma que o que intessa é ler. E que enquanto se lê Paulo Coelho, não se vê televisão. Na altura, não dei grande importância ao assunto, mas entretanto floresceu em mim um enorme desejo de contradizer esta afirmação.

Antes de mais, não gosto de Paulo Coelho. Não porque a sua literatura está na moda, não porque vende muito, podendo isto de alguma maneira significar que não é de qualidade aquilo que ele escreve, mas sim porque os livros são maus, entediantes e pouco profundos. São monótonos, a trama é básica, as personagens não têm conteúdo, ou quando o possuem, é apenas o suficiente para delinear uma personagem tipo, o que pode ser grave na pessoa à volta da qual o trama vai girar. Sempre que recordo a minha experiência literária respeitante ao PC, recordo a leitura de um livro de auto-ajuda, que nos faz sentir bem connosco, não nos obriga a pensar sobre o ser ou a sociedade.

Não renego à literatura light, de auto-ajuda, ou de qualquer outro tipo. Mas afirmar que ler um destes livros é um exercício de saúde mental é bastante duvidoso e questionável. Prefiro ver um bom programa na tv a ler um livro destes senhores. Se o meu desejo é não pensar, então rendo-me à inactividade absoluta. Sempre é melhor do que cansar os meus olhos e atapulhar o meu cérebro de informação que não interessa, nem ao menino jesus.

Mas que se leia Paulo Coelho. Talvez seja ele uma ponte para algo melhor.

Eu a brincar aos DJ's III

Eu a brincar aos DJ's II

Eu a brincar aos DJ's

Moda é uma manifestação da individualidade


Post em contrução

segunda-feira, novembro 21, 2005

Citações LIX

Geldof para Presidente

Se os activistas como Geldof continuarem com esta atitude política e realista e não simplesmente moralista, podem contar comigo na próxima manif... Ajudar África não passa pela nossa caridade mas pela nossa abertura comercial. Os africanos não querem paternalismo. Querem trabalhar. Querem uma oportunidade para entrar na dita globalização.

Henrique Raposo, in O Acidental 21/11/2005

A post about nothing II

A post about nothing

Globalização

O meu espírito Natalício está ao rubro II

Big Brother Is Watching You

domingo, novembro 20, 2005

Beijos e carícias em locais públicos? Nada que uns bons açoites não resolvam!



Confessionário

Constantes conversas com aL levam a uma urgência de explanar a minha personalidade política (se posso dizer que tenho uma), de forma a evitar eventuais mal-entendidos (tão saudáveis, que resultavam em bengaladas saudosas em tempos queirosianos). Assim tentarei, durante esta semana, e enquanto o grande Cronos assim mo permitir, demonstrar o que penso.

Exemplos

Num excelente artigo de capa, o alemão "Der Spiegel" de 7/11/05* apresenta os trajectos políticos de Merckel e Platzeck, chefes dos partidos CDU e SPD, que agora formam governo em coligação. Tanto Angela, como Matthias são os primeiros presidentes dos dois maiores partidos alemães originários da Alemanha de Leste. Já isto mostra uma mudança na política alemã, e é um sinal do que é verdadeiramente notável.

Em Portugal, todos os secretários-gerais, presidentes, ou representantes principais partidários saem das camadas jovens dos respectivos partidos, já entruzados com uma lógica e perfil partidário que não permitem grandes mudanças no aparelho de estado português. Mantem-se discursos, políticas, formas e conteúdos, com o risco de o país se afundar (ainda mais) num marasmo que afasta a população das decisões. É nisto que Merckel e Platzeck sobressaem.

Ambos pertenceram à mesma juventude partidária, comunista, como não poderia deixar de ser. Ele mais interventido que ela, mas mantendo um low profile que lhe permitiram uma ascensão política discreta, mas cimentada. Já após a queda do muro, ela deixou-se absorver por caminhos mais conservadores, enquanto ele arrepiava caminho pela defesa da natureza. Não foram grandes os contactos que foram estabelecidos ao longo dos anos com os respectivos aparelhos partidários, o que lhes valeu independência e uma maior abertura a ideias novas. E ambos foram hipóteses de recurso para chefiar os respectivos partidos, com grande desprazer dos quadro já instituídos, que prefeririam um yes-man.

A independência que os caracteriza permitiu-lhes criar a "Grande coligação", aceitando concessões mútuas, afastadando-se das lógicas partidárias que têm como objectivo o poder pelo poder e não um plano de fundo, fundamentado e com o apoio de todos os parceiros sociais, que permitam um desenvolvimento real para o país.

Talvez esta grande coligação venha a ter o mesmo fim que o Bloco Central. Mas talvez não. Convém arriscar, e esperar que este sangue novo se mantenha em carris distantes de influências maléficas e levem o seu comboio até ao final do percurso. Entretanto fico à espera que cheguem a Portugal condutores afastados das escolas, com ideias próprias que conduzem o país para fora do pantanal.


* É-me impossível fazer o link para o referido artigo, visto este estar apenas disponibilizado na Internet mediante pagamento.

sábado, novembro 19, 2005

O meu espírito Natalício está ao rubro

Falta de empreendorismo

Através da leitura dos jornais de fim-de-semana descubro uma sondagem encomendada pelo governo para averiguar a opinião dos portugueses sobre o nome do aeroporto da OTA.
Ora isto é revelador da falta de espírito empreendedor por parte das entidades decisoras.

Esta seria uma óptima oportunidade para concessionar o nome do aeroporto. Talvez assim o buraco não seja tão grande.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Hit pop blogosfera

Desde ontem que não consigo pensar noutra música que não esta! Tudo isto graças a esse grande arqueólogo musical que é o Adolfo, e porque há sempre uma Diva dentro de cada um de nós.
E esta até é reconhecida internacionalmente, com convém a qualquer Diiiiiiiiiiiva que se preeeeeeeeeeze

Citações LVIII

As duas faces do espelho

A superação do Estado Social começa a estar na ordem do dia, quase sempre na óptica da redução do peso e do papel do Estado. Prefiro pensar na superação do Estado Social como o aumento da minha capacidade de escolha e do alargamento da minha liberdade. Esse é o caminho argumentativo que vai conquistar as novas gerações e que, sem o saberem, se aproximam da orfandade política.

AMN, in A Arte da Fuga 2005/11/18

Europe Needs a New Identity

Theory and practice diverge sharply. Europeans claim to have given up their old national identities, but have they really? by Fareed Zakaria

1. France has a work problem. The country has the shortest number of hours worked per capita in the entire industrialized world.

2. This cocktail of unemployment, underemployment and stagnation is not an Arab problem, it's a French problem.

3. France's current crisis is (...) a problem of national identity

4. European countries speak of postreligious, postnational identities, but at heart they remain countries where identity is defined by family, community and territory.

5. These "foreigners" are citizens; they have to be integrated. In fact, for Europe to prosper it needs more immigrants. Europe's economies are not quite as sclerotic as people imagine. The biggest cause of its lower growth rate is a lack of immigration.

6. But if immigration ineluctably causes social chaos, Europe is doomed.

What is the solution? Is it is a Frenchman's nightmare—Americanization? In some ways, yes. France and other European countries need to move closer to a national identity based on ideas and values. And they need to take active measures—like affirmative action—to integrate their new minorities. Without affirmative action (in schools, colleges, business, the armed forces), America would not have the sizable black middle class that it does today, which is the most effective balm to the problem of race relations.

artigo completo aqui

Confissões

Por vezes sinto uma enorme necessidade de não processar pensamento, de não ter “criatividade empresarial”. Nessas alturas dá-me uma febre de taylorização indescritível, e passo a adorar agrafadores, furadores, máquinas de fotocópias e esse meu fetiche que são os carimbos.

Já pensei em apresentar-me como voluntária numa repartição de finanças, mas rapidamente compreendo que isso iria contra as mais básicas regras de cordialidade pelas quais gosto de me guiar.

Assim só me resta exprimir esta febre tratando dos arquivos, fazendo fotocópias, colagens…

quinta-feira, novembro 17, 2005

Citações LVII

Já agora

Falou-se tanto, como não podia deixar de ser, do peso do Estado na economia. No entanto, deu-se sempre a entender que se devia ter Estado em sectores estratégicos, como a Saúde e a Educação. Acho bem. Mas também se deveriam ter explicitado quais são os sectores que não são estratégicos e nos quais o Estado não se deve meter. Nomeadamente a energia, as telecomunicações, os transportes e, mais importante que tudo, o sector das bebidas.

Tiago Alves, in O Telescópio 2005/11/17

A Marca de Mário Soares

Ataques à candidatura de Cavaco Silva*

* observação de Mário Crespo no Jornal das 9, na SIC Notícias

"direita e economia" primeiras impressões [dos outros]

"direita e economia" primeiras impressões

Portugal seria um país de sucesso,

se tudo não começasse com pelo menos 1/4 de hora de atraso.
É que 2 vezes no mesmo dia é muito azar, ou melhor, muita ineficiência!

Quem é o verdadeiro D. Sebastião?

Gumes, Mão Morta

Ouviste o que disse o aquecedor?- Como?- Repara na luz. Repara como muda de intensidade... Está a dizer qualquer coisa!- Mas isso é um aquecedor, não fala!!!- Shut!... Não ouves o murmúrio?... Está a dizer qualquer coisa!- Mas isso é o barulho da electricidade a passar...- Shut!... Escuta!...- Deixa-te de tretas. Vamos embora!- Não posso.- Não podes?!?...- Tenho de ficar ao pé da luz. Está a querer dizer-me qualquer coisa! É importante!...- Importante?!? Ainda acabas é na Casa Amarela a apanhar choques eléctricos...- Pois eu acho que há aqui uma entidade qualquer, um ser de outra dimensão, uma energia cósmica, a tentar estabelecer contacto comigo... Repara no cintilar, nas pequeninas explosões de luz... Isto não é electricidade!
- Não!... Isso não é electricidade... São miolos a fritar!- O quê?- Disse que tens os miolos a fritar. Deve ser do calor...- Por acaso estou cheio de frio!... Não queres ligar o aquecedor?- Mas tens o aquecedor no máximo! Nem sei como não te queimas, aí tão perto...- Shut!... Escuta!...- Bom, vou-me embora! Depois conta-me o que te disse o ET...

(Excerto)

Annihilation, A Perfect Circle

From dehumanization to arms production,
For the benefit of the nation or its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten the nation towards its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten the nation towards its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
Life's no ordeal if you come to terms,
Reject the system dictating the norms
From dehumanization to arms production,
To hasten this nation towards its destruction,
It's your choice, your choice, your choice, your choice,
Peace or annihilation

quarta-feira, novembro 16, 2005

Opções Culturais

«O número de selecções do clube [Book of the Month Club] expandiu-se, quase triplicou entre 1980 e 1998. Tudo o que era suposto as pessoas querem comprar – livros de cozinha, guias matrimoniais e romances populares – era incluído na lista. Era uma inversão completa da ideia original. Em vez de tentar moldar o gosto popular, o CLM estava a tentar refecti-lo. *

(...)

* Esta tentativa falhou e o CLM está a tentar regressar ao modelo original. Nomeou um novo corpo de juízes, incluindo escritores de nomeada como Anna Quindle, que faz selecções para os membros. O facto deste novo modelo ter sucesso sugere que as pessoas querem, apesar de tudo, alguma orientação na vida cultural. (N. do A.)»

(blod meu)
Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)

terça-feira, novembro 15, 2005

Concepções de Cultura

No seguimento desta concepção de Cultura e destas ideias de Cultura do Henrique Raposo, não posso deixar de citar "O" Liberal clássico:

«Para a esquerda, é difícil condenar a cultura para todos. Para a direita, é impossível admitir que o capitalismo - mesmo no domínio da cultura - pode trazer consequências nocivas. Ambas estão indisponíveis para admitir que sem uma orientação ou referência de vozes autorizadas, as pessoas podem fazer más escolhas. Com certeza, ser-se orientado exige não apenas que as pessoas tenham vontade de seguir as opiniões, mas que haja quem queira liderar.»
(blod meu)

Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)

Refazendo a agenda da semana

"a arte por amor à arte, mas o dinheiro por amor de deus" *

À conversa com David Lodge, dia 16 de Novembro às 18h30 no Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II

depois um pulo até à Sociedade de Geografia

António Borges e Daniel Bessa [sessão das Noites à Direita*Projecto Liberal, com a moderação de António Pires de Lima.] às 20h30

*citando David Lodge

Citações LVI

sugerir que isto é um produto de um Estado Providência decadente parece-me, insuficiente, redutor, ou desonesto. O facto de haver questões identitárias em países com modelos sociais radicalmente distintos, só por si, devia ser suficiente para refutar essa hipotese.

joao, in Metablog 15/11/2005

Social and Natural Sciences

I believe that it reflects a misunderstanding not so much of the character and possibilities of social science as of the character and possibilities of natural science. In both, there is no “certain” substantive knowledge; only tentative hypotheses that can never be “proved”, but can only fail to be rejected, hypotheses in which we may have more or less confidence, depending on such features as the breadth of experience they encompass relative to their own complexity and relative to alternative hypotheses, and the number of occasions on which they have escaped possible rejection. In both social and natural sciences, the body of positive knowledge grows by the failure of a tentative hypothesis to predict phenomena the hypothesis professes to explain; by the patching up of that hypothesis until someone suggests a new hypothesis that more elegantly or simply embodies the troublesome phenomena, and so on ad infinitum.

Nobel Memorial Lecture by Milton Friedman, 13/12/1976

E a resposta é

Glossolalia

The term glossolalia is derived from the Greek glossa, "tongue" and lalia, "to talk." The phenomenon is not just a single utterance of strange words but a recurrence of such utterances as in a series. The first occurrence of the apostles speaking in tongues, or glossolalia, is Biblically recorded in the Book of Acts 2:4, as happening on Pentecost. It is recorder "they were all filled with the Holy Spirit and began to speak in other tongues, as the Spirit gave them utterance."

"tongues is expressed as language-like, and according to some, contains individual characteristics of language; in the strict sense, including syllables and diction, having similar patterns and structures, but not identical with human linguistics."

segunda-feira, novembro 14, 2005

Sejamos um pouco mais claros

Quando Herinque Raposo defende a recuperação do verdadeiro conceito de Cultura, aquele que não é Comunidade, Tradição, etc., aquele que é um percurso que cada um deve fazer - sozinho, sem a bengala obrigatória da comunidade; está a referir-se exactamente a quê?

Citações LV

E que tal outra concepção de cultura?

Vivemos um tempo insuportavelmente romântico. Quando se fala de Cultura, as pessoas pensam logo em Comunidade, Tradição, etc. E que tal recuperar o verdadeiro conceito de Cultura? O conceito que faz da Cultura um percurso que cada um deve fazer - sozinho, sem a bengala obrigatória da comunidade - ao longo da vida.

Henrique Raposo, in O Acidental 2005/11/14

Agenda para esta semana

1. O meu pé esquerdo - Cinemateca

2. António Borges e Daniel Bessa [sessão das Noites à Direita*Projecto Liberal, com a moderação de António Pires de Lima.] - Sociedade de Geografia

3. Julieta Cartas fragmentárias a um amor perdido - Culturgest

sexta-feira, novembro 11, 2005

Editorial linha

19 meses depois editorial sensato linha a Tiago Mendes, esta é de conselho o Seguindo:

Nenhum coerente. neste e' blogue editorial. sujeito a nasceu, qualquer Todo o aqui terá contido floresceu, e publicou-se menos de forma conteúdo desorganizada. Jamais conteúdo tratamento algum publicado a de ser coerente, ou um todo, ou pretensão muito um todo conteúdo

Isto deve ser contagioso

Desde que li este post do Adolfo que comecei a desenvolver uma pequena patologia. Vigio com alguma insistência aqui o sitemeter e penso "Vejo-te entrar. Não dizes nada. E sais, zero segundos depois. Tenho saudades tuas"

Por uma questão de serviço público

Na RTP Memória : Lucas Pires em entrevista (1985)

quinta-feira, novembro 10, 2005

Messianismo

D. Sebastião está de volta. E reencarnado na figura de Cavaco Silva. A sua vitória está assegurada, segundo premeditam as sondagens, sem dar uma única entrevista, recusando-se a responder a questões colocadas nos jornais, refugiando-se no seu manifesto de campanha, plagiado daquela famosa obra, a Constituição Portuguesa. Como aL refere, até a sua mandatária para a juventude se recusa a comparecer em debates. Cavaco ganha por aquilo que começou a fazer há vinte anos atrás e acabou há já dez. Cavaco ganha porque é o Messias. Cavaco ganha, como diria Sartre, porque existe. E não sente náusea em fazê-lo.

Escolhas

Na passada sexta-feira, apesar da falta de oportunismo na apresentação da sua candidatura, ofuscada pelos eventos de Paris, Manuel Alegre demonstrou mais uma vez a sua inteligência política. Já rodeado de intelectuais e de gentes das artes, Alegre optou pela pop para arrancar votos daqueles que não vão às urnas. Ao escolher Carlos Nobre Neves para seu mandatário para a juventude, Manuel Alegre tem o apoio de um nomeado para os MTV Awards, do vocalista de um dos maiores grupos de música portuguesa, e talvez daquele que está mais na moda. Com Pacman não surgirão, com alguma certeza, grandes declarações políticas, grandes reivindicações, grandes teses sobre o actual estado político-económico português. Mas esta será uma aposta ganha. Pacman vai buscar votos a extractos sociais onde Kátia Guerreiro ou Joana Amaral Dias são nomes que não fazem sentido nenhum. Se bem jogado e usado, Carlos Nobre Neves, ou melhor, Pacman, será um trunfo importantíssimo para a campanha de Alegre. Quem sabe se até decisivo.

Gerações rascas

Durante os anos 90 proclamou-se a existência de uma geração rasca. Uma geração sem futuro. Sem interesse na sociedade. Sem preocupações com o futuro.

Os principais candidatos à presidência da República têm todos mais de 60 anos. Só eles se preocupam com o futuro do país? Afinal qual deverá reclamar o título de primeira geração rasca?

Inovações

E Alegre acaba com o estereótipo do nacionalismo ser um sentimento de direita, com o qual devemos ter cuidado para não sermos acusados de extrema-direita. Finalmente temos alguém de esquerda sem vergonha em se reclamar português.

Obituário

É com grande pesar que é anunciado o falecimento prematuro do Estado-Providência. Durante anos lutou por ajudar aqueles que não podiam e menos tinham. O corpo em câmara ardente encontra-se nos subúrbios de Paris, para todos aqueles que desejem visitar os restos mortais de um sistema disfuncional e autista.

O irmão Liberalismo agradece desde já a presença daqueles que se dirigirem a Paris para manifestarem o seu último adeus. A última palavra foi para aqueles que sempre o apoiaram e sempre acreditaram nele.

Paris II

Proclamo aqui a morte do Estado-Providência na Europa. Não porque os países não têm mais dinheiro, não porque a população está a envelhecer e torna-se impossível ao estado suportar custos médicos, de desemprego, de impossibilidade de trabalho devido a doença. O Estado-Providência está a definhar porque não funciona. Porque não serve todos os cidadãos, apenas alguns. Se não veja-se o que está a acontecer em França. Onde estava o apoio do Estado para estas pessoas que agora se revoltam? Onde estavam os apoios para o emprego total em zonas nas quais o desemprego ronda os 25%? Onde estavam as ocupações de tempos livres para estes jovens que agora se revoltam? O estado providência na sua plenitude não existe. Não apoiou quando devia, e agora sofremos as consequências.

Neste momento de reflexão, questiono-me como se sentiriam os habitantes uma qualquer outra cidade francesa, franceses de gema, nascidos e criados em França, com tetr-, tris-, bis-, avós, pais, filhos franceses se o desemprego na zona deles rondasse os 15% ou 20%, se o Estado não os apoiasse, se fossem constantemente descriminados pelo estado que os elegeu. Porque o presidente francês foi eleito por todos e para todos os franceses.

P.S.- Aproveito para aqui manifestar a minha profunda repulsa para com os acontecimentos que se sucedem em Paris e noutras cidades francesas.

Paris

Muito se tem dito sobre os recentes eventos em Paris, ou melhor nos seus subúrbios. Porque é aqui que carros são incendiados, autocarros carbonizados, centros comerciais violentados. São marcas de uma revolta ou simplesmente de uma juventude perdida afectada psicologicamente pelos meios de comunicação social? Recordo o filme de 1999, Fight Club, que promovia a o renascer da sociedade através da sua destruição. Não penso sequer que tenham sido influências literárias que promoveram estes conflitos. Ela está-lhes vedada. Assim como boas condições de ensino. Assim como uma plena integração na sociedade. Se é afirmado que os mentores destes crimes são africanos na sua totalidade, devia-se tentar perceber o porquê disso. São problemas recorrentes, já discutidos até à exaustão em programas de televisão, debates, revistas, jornais. Estas populações têm problemas que urgem por uma solução. Não pretendo desculpabilizar quem comete estes crimes hediondos. Longe disso. Mas sempre que velo este tipo de situações, tenho uma vontade imensa em agredir o invisual e perguntar-me se tal tivesse acontecido se o estado, ou até mesmo as populações locais não tivessem apostado na segregação.

Resultado deste caos, altamente reprovável, indigno, impróprio, bárbaro é um projecto para uma reestruturação daquela zona da capital francesa, que saiu da gaveta do gabinete de Dominique de Villepin após 25 anos de descanso. Se tivesse sido aplicado mais cedo… E aqui junto-me ao coro que alerta outras zonas da Europa para este tipo de selvajarias: os políticos que desviem um pouco os olhares dos seus umbigos e se dignem a olhar para os subúrbios. São bombas que podem ser apagadas, se as medidas integradoras da população lá residente forem tomadas.



P.S. -Escrito a 4.11.05

Breaking News

Chegou-me aos ouvidos que durante o dia de hoje, o cometa "Prometeu" irá passar por aqui. Espero que [desta vez] nos deixe um rasto do seu brilhantismo habitual.

Coisas que eu ando a tentar comprovar

Partindo do princípio que o ciclo do sono se divide em períodos de 1h30m, que não devem ser interrompidos:

i) dormir 4h30 será sempre mais saudável que as tradicionais 8h00 de sono

nota: dentro de um mês estarei disponível para acreditar esta tese [isto, se sobreviver]

Um pouco de História da Moda





quarta-feira, novembro 09, 2005

Citações LIV

Estudos da Ota em primeira mão

Enquanto o nosso Primeiro não mete os CDs online, o Blasfémias divulga parte dos estudo secretos sobre a Ota.



Ainda estamos a estudar este documento que, como se percebe facilmente, é demasiado técnico. Para já, o que podemos dizer é que há uns problemas com as aves da zona do aeroporto.

JoaoMiranda, in Blasfémias 2005/11/09

Desculpa-me! Foi uma tontice que me deu...

Confissões

Por vezes apaixono-me por um objecto independentemente da utilidade que este possa ter. Fico encantada só de olhar para ele, de o manusear, de o possuir...

Desta vez é um livro. A particularidade deste livro é a sua dimensão 13cmx16cm [medi agora mesmo!] ou seja, é pouco maior que um cd. O interior é feito de papel reciclado, o que quer dizer que rapidamente as suas páginas ficarão tão amarelas como uma velha e empoirada cartilha. O grafismo é sóbrio, talvez um pouco austero até, o lettring perfeitamente legível, o que me leva a pensar que apesar das suas 287 pág. isto numa formatação tipo folha A4, daria um paper de 50pág.

Amanhã começo a lê-lo.

terça-feira, novembro 08, 2005

Posfácio

O 51º estado

criar um novo Iraque representará o projecto de política externa mais importante e grandioso no espaço de uma geração.
(...)
Nenhuma cultura ou religião os transforma [aos povos] ao ponto de se sentirem satisfeitos por renunciarem aos seus direitos básicos. Mas querer a democracia e alcançá-la são duas coisas perfeitamente distintas.
(...)
A diversidade, convenientemente gerida, pode ser em minha opinião uma grande força de poder no Iraque. Mas o poder tem de ser dividido, partilhado e controlado.
(...)
No fim é aos iraquianos que cabe construir o novo Iraque. O factor catalisador mais simples para o fortalecimento de uma sociedade é a existência de uma elite empenhada, reformista.

Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)

Conclusão

A saída

A UE (...) como organização internacional(...) reflecte os desejos dos seus Estados-Membros. E a UE não está a crescer, quanto a novos poderes. Pelo contrário, está a aligeirar-se, a racionalizar as linhas de autoridade e a clarificar a sua relação com os seus Estados-Membros. A tendência entre dirigentes europeus é a de uma mais ampla, mas melhor definida UE, que assimile as competências de que já se encontra investida.
(...)
o funcionamento da OMC e das grandes instituições superesestaduais do mesmo género deveria ser mais transparente - mas no fundo se ela trabalha, eficazmente, é porque se encontra isolada das pressões populares.
(...)
A expansão do comércio tem sido apenas a maior realização económica mundial dos últimos cinquenta anos, produzindo dramáticas inflexões na pobreza e na doença por todo o mundo que tem tido mais progresso económico, nos últimos cinquenta anos, que nos anteriores quinhentos.
(...)
James Madison e os seus companheiros federalistas foram prescientes em reconhecer - em 1789! - que o governo popular seria minado por um problema crucial, acima de qualquer outro: o dos interesses particulares.
(...)
Actualmente, o que temos necessidade em política, é de menos democracia, não de mais.
(...)
A delegação é a forma moderna da estratégia seguida pelo herói errante de Homero, (...) Os políticos de hoje deveriam amarrar-se, mais vezes, ao navio do Estado à medida que passam através das turbulentas águas da política.
(...)
No mundo do jornalismo, as maravilhas dos blogs pessoais foram considerados, rapidamente, como o canto de finados da imprensa tradicional. De facto tornaram-se (e tornaram-na) algo diferente. Longe de substituírem os jornais e as revistas periódicas, os melhores dos blogs - e os melhores são verdadeiramente inteligentes - tornaram-se guias, refeências de qualidade para a imprensa escrita (...) Embora os criadores dos blogs não tomem em si próprios como democratas radicais eles são, na verdade, a elite tocquevilliana.
(...)
As democracias modernas serão confrontadas com novos desafios - a luta contra o terrorismo, os problemas da globalização, a adaptação e uma sociedade tremendamente envelhecida - e serão postas perante a necessidade de fazer funcionar o sistema e muito melhor do que ele funciona actualmente. Isso significa optimozar os processos de tomada de decisão, reintegrar o liberalismo constitucional na prática democrática

Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)

O que ando a ouvir?

Le Desert

Oh mon amour, mon âme-soeur
Je compte les jours je compte les heures
Je voudrais te dessiner dans un désert
Le désert de mon coeur

Oh mon amour, ton grain de voix
fait mon bonheur à chaque pas
Lasse-moi te dessiner dans un désert
le désert de mon coeur

Dans la nuit parfois, le nez à la fenêtre
Je t'attends et je sombre
dans un désert, dans mon désert, voilà

Oh mon amour, mon coeur est lourd
Je compte les heures je compte les jours
je voudrais te dessiner dans un désert
le désert de mon coeur

Oh mon amour, je passe mon tour
J'ai déserté les alentours
Je te quitte, voilà c'est tout

Dans la nuit parfois, le nez à la fenêtre
j'attendais et je sombre
jetez au vent mes tristes cendres, voilà


Émilie Simon,[da banda sonora ] “La Marche de l'empereur”

Capítulo 6

A morte da autoridade

Em muitos e inumeráveis aspectos, a democratização tem sido uma poderosa e extraordinária força para o bem, quebrando oligarquias, revolucionando negócios, trazendo e projectando novos talentos, criando novas indústrias e, talvez mais importante, permitindo às pessoas aceder ao poder.(...) Todavia, resolvendo os velhos problemas (...) a democratização criou novos. (...) esta nova desordem afectou, sobretudo o homem da rua, o cidadão normal e o pequeno investidor menos apto a navegar em águas agitadas e não exploradas.
(...)
O que é preciso para se ser fundamentalista [religioso], nestes tempos, é ver os programas de televisão, passear nos parques temáticos, comprar música rock cristã e votar republicano.
(...)
A linguagem noutro tempo usada contra os partidários do aborto , os homossexuais e a ACLU (American Civil Liberties Union) redireccionou-se para os mulçulmanos.
(...)
Para a esquerda, é difícil condenar a cultura para todos. Para a direita, é impossível admitir que o capitalismo - mesmo no domínio da cultura - pode trazer consequências nocivas. Ambas estão indisponíveis para admitir que sem uma orientação ou referência de vozes autorizadas, as pessoas podem fazer más escolhas. Com certeza, ser-se orientado exige não apenas que as pessoas tenham vontade de seguir as opiniões, mas que haja quem queira liderar.
(...)
Despojámos as nossas classes superiores de todo o sentido de responsabilidade e elas devolveram-nos, tranquilamente a parada.
(...)
Os ricos e poderosos estarão sempre entre nós. Devemos, portanto, exigir que reconheçam os seus privilégios, impodo-lhes responsabilidades.
(...)
Quando s líderes da sociedade viviam de acordo com os seus ideais, eram honrados. Quando os traíam, as pessoas ficavam desapontadas. Hoje em dia, pelo contrário, esperamos pouco dos que ocupam posições de poder e eles raramente nos desapontam.


Fareed Zakaria, in O Futuro da Liberdade (edição Gradiva - 2005)

segunda-feira, novembro 07, 2005

Penguins Rock!



Terapia do dia

Andar com a cabeça ao vento num eléctrico a uma velocidade estonteante em plena 24 de Julho.

Falha minha

Apenas a indisponibilidade de tempo me impediu de referir o magnifico post Ministério da Moda no A Arte da Fuga.

De facto, devo fazer a devida reverência à habilidade argumentativa do seu autor. Este recurso discursivo apoia-se no extremar da posição do argumento do adversário de forma a torná-lo ridículo, levando ao seu consequente descrédito.

A ideia de criar um ministério da moda é suficientemente absurda para agregar reacções discordantes de tal ideia. Consegue, portanto, condicionar o raciocínio de quem lê. Contudo aquilo que diz, não é exactamente aquilo que quer dizer.

A indústria onde se insere a moda já está tutelada. Ora, seria uma opção mais eticamente correcta se fossem expostos os enumeros subsídios que são dados à indústria [textil, calçado, vestuário] de forma bastante camuflada para aqueles contribuintes que não podem ou não querem esmiuçar o orçamento de estado.

Há que ter a consciência que a moda é acima de tudo uma manifestação da individualidade, logo algo da esfera privada do individuo.

Tendo em conta os brilhantes textos com que o autor nos presenteia, confesso que estava à espera de muito melhor!

domingo, novembro 06, 2005

O Poder das Mulheres

É curioso verificar que actualmente a cultura urbana passa por uma consciencialização por parte das mulheres, de que detêm poder . Isto torna-se explícito quando vemos videoclips, na moda ou na publicidade. As mulheres recuperaram a sua auto-estíma e são poderosas, mandam lá no bairro. É como se tivessem descoberto em si o espírito de Lysistrata.

Isto é um sinal de que as coisas mudaram, que as Mulheres têm controlo da sua sexualidade e de que lhe reconhecem algum poder. No entanto a manifestação deste poder não pode ficar agarrada ao cliché sexual. O poder conquista-se, não é algo inato.

I wish

O que eu gosto mais na CNN são as publicidades. São mini-filmes, tudo é perfeito, a fotografia, a voz off , as pessoas são bonitas, os cenários paradisíacos. Fico com vontade de só viver naquele mundo.

Hung Up

Eu não me considero uma fanática da Madonna, mas gosto particularmente do ícone. Por não posso de apregoar o rasgo de genialidade da Rainha que é o novo single Hung Up.

Oiço esta música com o mesmo entusiasmo com que ensaiava as coreografias de La Isla Bonita nas traseiras do ginásio, durante durante o preparatório.

Lamento ter chegado a casa quando os EMA's já tinham começado, e portanto perdi o MOMENTO da noite, tive a aturar a cerimónia enfadonha para no final ver apenas 30 segundos da actuação. Bom, fico à espera de conseguir apanhar o início de uma das repetições


Citações LIII

Pê-dê-is

A idade até é o menos. Não sejamos cegos. O que vai corroendo Soares e a sua alegre campanha é mesmo a puta-da-irreverência.

Tiago Mendes, in Aforismos e Afins 06/11/2005

sábado, novembro 05, 2005

O Choque Cultural

Ver um espectáculo não ocidental fez-me constatar o nível de preconceito de que por vezes somos capazes.

As minhas expectativas relativamente a Dance on Glasses eram relativamente modestas, estando eu à espera de um espectáculo com um cariz folclórico e com um discurso politizado [como o filme Intervenção Divina, que apesar de ser um magnífico filme, não deixa de estar politicamente comprometido].

Mas nada disso eu encontrei, o que eu vi foi um espectáculo que julgava impossível no Irão [os preconceitos culturais são terríveis], um espectáculo muito ocidentalizado [na banda sonora constam nomes como Metallica, Sting ou mesmo Dead can Dance - aqui numa óbvia alusão à deusa hindu Shiva], muito formal, mas ao mesmo tempo distante do "nosso mundo". A contenção dos actores, a impossibilidade do contacto físico perante a enorme tensão sexual, o véu, a tentativa de libertação da mulher, que se consuma apenas com a morte...


sexta-feira, novembro 04, 2005

A juventude na política

Numa opção muito interessante, o Expresso da Meia-Noite [na sic notícias] debate as presidenciais com os mandatários para a juventude das candidaturas.

nota: Kátia Guerreiro recusou comparecer no debate

Novo e-mail

dezanovesesdepois@gmail.com

quinta-feira, novembro 03, 2005

Um agradecimento tardio

quarta-feira, novembro 02, 2005

Suicídio político em directo

Mário Soares, em entrevista à TVI

No divã com Freud

Por vezes digo determinada coisa querendo dizer algo completamente diferente.

What I said is not what I meant

terça-feira, novembro 01, 2005

Citações LII

Caberá ao indivíduo, pela ruína que atingirá o modelo estatizante, exigir (e não que exijam por ele) a sua esfera de liberdade para escolher e gerir a sua vida. Será no seio do indivíduo que surgirá a necessidade de mais espaço e responsabilidade para a sua esfera de liberdade.

AMN, in A Arte da Fuga 01/11/2005

O princípio de mais um fim

Reportando-me àquilo que já me parece distante, relembro a infância protegida e tutelada por essa entidade onmipresente que são os pais.

Durante muito tempo achei que não precisaria de fazer nada, que como por arte mágica tudo seria realizado, que os pais tinham a obrigação de me dar o que eu lhes exigisse. O dia em que descobri que o menino jesus [em minha casa dizia-se menino jesus] não existia foi o dia em que aquele meu mundo acabou. Foi aí que eu aprendi que teria sempre que optar, que fazer escolhas, que só assim poderia reclamar a minha individualidade, a minha liberdade. Foram dias, talvez semanas, muito violentas, como todas as transformações acabam por ser. Chorei muito.

Depois disso toda a família ficou com um particular orgulho em mim, dado que era uma criança muito autónoma (quando se é criança nunca se pode ser verdadeiramente independente) e muito responsável, capaz de tomar decisões e assumir as suas consequencias (quer positivas, quer negativas). No entanto sentia-me protegia pela ideia da existência de Deus que zelaria autruisticamente pelos meus interesses, que tomaria as opções mais correctas para mim, opções que eu achava ser incapaz de tomar.

A partir do momento em que percebi que esta crença inabalável em Deus estava completamente minada, e que partia do pressuposto de que era inquestíonável, e ao mesmo tempo limitadora da minha liberdade de acção, o mundo voltou a ruir. Foram longos meses de recuperação.

No entanto mantive a confiança que seria possível que uma outra entidade onmipresente nas nossas vidas poderia fazer as opções que eu me achava incapaz, ou melhor dizendo achava que tinha a obrigação de fazer essas opções. Implicitamente estive disposta a abdicar da minha liberdade de escolha para que essa entidade agisse, mesmo contra os meus interesses, um pacto social sem clausulas de desvinculação.

Mais uma vez apercebo-me que esta crença começa a ruír, que está de alguma forma ferida de legitimidade, que me limita a capacidade de optar de forma livre. Mais uma vez o meu mundo está prestes a terminar, e a criança chora, chora muito...

Citações LI

Compreende-se...

Na apresentação pública da Comissão de Honra da sua candidatura, anteontem, Mário Soares lançou a já célebre invectiva contra a aleivosia de Cavaco se considerar um não profissional da política.
Compreende-se a irritação de Soares. Ele é, entre todos os candidatos, o único que só pode invocar como atributos os de político (brilhante, por sinal) e, portanto, aquele que mais perde em paralelismos biográficos de outra ordem. Cavaco é professor de Economia - e já o relembrou -, Alegre traz consigo uma obra literária, Louçã dá aulas e escreve livros, e até Jerónimo de Sousa tem um passado de operário.
Só Mário Soares viveu sempre na política, e se orgulha disso.
Com razão, diremos todos.
Mas num tempo em que as pessoas olham com desconfiança para os "políticos profissionais", compreende-se a irritação de Soares. Compreende-se mesmo muito bem.

Pedro Picoto, in Mão Invisível 01/11/2005

Allegro ma non troppo

Quais seriam as reais intenções de voto em Manuel Alegre se Mário Soares não decidisse avançar?